Em participação no programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e Jonathan Jaworski, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quinta (3), o professor do Departamento de Eletrônica da UTFPR-PG, Max Mauro Dias Santos, fala sobre projetos de veículos autônomos.
“Trabalhamos nessa linha, nessa área, que é uma tendência futura para a mobilidade; uma das tecnologias para prover o transporte de cargas e pessoas de um ponto A a um ponto B com mais eficiência, agilidade e muitos benefícios sociais e, principalmente, econômicos”, diz.
Santos é graduado em Engenharia Industrial Elétrica, pela PUC, com mestrado e doutorado na mesma área, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Porém, antes de lecionar, o docente atuou durante certo tempo na indústria, como na IBM, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. “Tive o privilégio de trabalhar com o time do Deep Blue, porque implantamos o primeiro sistema de automação integrado do mundo para a Aperam – antiga Acesita”, comenta. Logo depois, passou a atuar nas universidades, com foco em automação industrial e veicular. Também trabalhou na Volvo e na General Motors (GM).
“O carro autônomo não é só pegar um carro para andar sozinho em determinada região, como San Francisco [Califórnia, EUA] ou na Europa, que têm infraestrutura diferente e o carro é treinado para andar sozinho. Imagina pegar um carro desses e colocar numa região como Ouro Preto (MG): não via. Isso que estamos falando de carros de passeio”, diz.
No caso de táxis com rotas pré-definidas, caminhões de carga e máquinas agrícolas, o professor acredita que são segmentos em que veículos autônomos são mais bem aceitos, porque são mais fáceis de implementar. “Tecnologia nós temos, falta integração”, afirma.
Quanto ao Tesla, por exemplo, o professor aponta que o proprietário adquire softwares, com valores bem distintos entre si, para garantir autonomia para andar numa determinada cidade ou para andar nas rodovias. Na corrida para desenvolver veículos autônomos, estão a Volkswagen – e a Audi, que faz parte do grupo – e a General Motors, com sua subsidiária chamada Cruise. “Elas desvinculam a marca porque, caso tenha algum acidente, não está atrelada à marca dela”, acrescenta.
Ford e VW fecharam, agora em outubro, a joint-venture Argo.AI, que desenvolveria carros autônomos. A Ford decidiu que era necessário investir em tecnologia de assistência de direção que fosse mais acessível em curto prazo, em vez do objetivo da Argo em dirigir com o mínimo de interação humana. A decisão da Ford levou a VW a também dar um passo atrás, segundo especialistas. Ford e VW continuam a cooperar em veículos comerciais e elétricos nos EUA e na Europa.
Confira a entrevista do professor Max Mauro na íntegra: