Sábado, 27 de Abril de 2024

Vereadores votam hoje projeto que proíbe ideologia de gênero nas escolas de PG; Manifestantes lotam galeria da Câmara

2020-03-02 às 15:26

Os vereadores de Ponta Grossa votam nesta segunda-feira (2) o Projeto de Emenda à Lei Orgânica do Município (LOM) 004/2018, que proíbe a chamada ‘Ideologia de Gênero’ nas escolas públicas e privadas da cidade. O projeto é do vereador Vinícius Camargo (PMB) e assinado por outros 18 parlamentares.

Segundo a proposta, as instituições não devem divulgar, organizar ou realizar políticas de ensino, disciplinas, currículos ou atividades complementares – mesmo que facultativas – que “tendam a aplicar a ideologia de gênero” nas salas de aula.

A definição de ideologia de gênero que consta no projeto é a “ideia de que os seres-humanos nascem iguais, sendo a definição do masculino e feminino um produto histórico-cultural desenvolvido pela sociedade”.

Ao discursar na tribuna da Câmara, o vereador Ricardo Zampieri (PSL) foi vaiado por manifestantes que assistiam à sessão na galeria e pediam a retirada do projeto. O autor da proposta, Vinícius Camargo, também recebeu vaias e críticas dos manifestantes ao discursar.

O professor universitário Sérgio Gadini publicou um texto nas redes sociais em que pede um “convite ao diálogo em deseja da educação pública em PG”. Leia na íntegra o texto do professor.

“Em 2018, 19 vereadores de PG assinaram um projeto de lei que está na pauta da Câmara Municipal, nesta Segunda-feira (2/03/2020).

A proposta, que é reconhecidamente inconstitucional, ameaça deixar sob suspeita o trabalho de Professor@s de Escolas Públicas de Ponta Grossa que, diuturnamente, trabalham com desrespeitos e agressões sexuais que chegam às salas, pátios e corredores de colégios em toda a Cidade.

Espera-se, ao menos, que alguns dos vereadores que assinaram o tal projeto em 2018 repensem as consequências e responsabilidades. E, ao mesmo tempo, que a Secretaria Municipal de Educação da atual administração (PSDB e diversos partidos aliados) se posicione para explicar que, longe de ser ‘ideologia de gênero’, a violência sexual, infelizmente, começa muitas vezes na casa de familias que se dizem ‘cristãs e evangélicas’.

Educação cidadã precisa de compromisso Público com a Vida de milhares de crianças/adolescentes. E este problema social não pode apenas ser rotulado como supostamente ‘ideológico’. O Direito à Vida exige respeito, postura e Responsabilidade Política.

Vamos falar honestamente de Política Pública em Saúde, Educação e Direitos Humanos?”