Quinta-feira, 28 de Março de 2024

Exclusivo | Coronavírus: Conheça a rotina dos pacientes monitorados pela Fundação Municipal de Saúde em PG

2020-03-26 às 17:43

Uma das maneiras mais efetivas de prevenir o contágio pelo coronavírus é testando os pacientes com sintomas da COVID-19 e monitorando os casos suspeitos. Em Ponta Grossa, neste momento (26/3), existem 41 pacientes com suspeita e mais de 200 pessoas estão sendo monitoradas, incluindo aqueles que tiveram contato com os suspeitos. 

A reportagem do D’Ponta News conversou com uma paciente que está sendo monitorada pela Fundação Municipal de Saúde. Ela detalhou como foi o atendimento e também como é feito o monitoramento dos casos suspeitos. Para garantir o sigilo da nossa entrevistada, não iremos informar nome, bairro em que reside e nenhum outro dado que possa identificar nossa fonte.

O MONITORAMENTO

“Já fazia alguns dias que eu estava com dor de cabeça, mas fui deixando passar. Essa noite eu já deitei com dor de cabeça e de madrugada tive febre”, conta. Ela relata que acordou se sentindo mal e decidiu procurar uma das Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade.

“Você entra no postinho e na porta já tem uma agente comunitária de saúde que oferece álcool em gel para passar nas mãos. As cadeiras também estão mais espaçadas e toda a equipe estava usando máscara, luvas e aventais”, detalha, elogiando os cuidados que estão sendo tomados para prevenir a contaminação.

Ela passou pela triagem normal da UBS e foi encaminhada para uma área separada destinada a atender apenas os casos com suspeita de COVID-19. “A estrutura foi montada numa área externa e logo que a gente chega ali ganha uma máscara e novamente é orientando a higienizar as mãos com álcool em gel novamente”, relata. Lá os agentes comunitários medem a temperatura, pressão e outros sinais vitais.

Os pacientes também recebem um questionário específico do coronavírus onde devem fornecer várias informações sobre o seu estado de saúde e sobre as pessoas com as quais tiveram contato nos últimos dias. “Os agentes me explicaram que os meus sintomas não são da COVID-19, na realidade, eu tenho crise de sinusite todos os anos no início do outono ou da primavera. Mas como se trata de uma doença respiratória, eu fico mais sensível à outras infecções, inclusive por coronavirus”, esclarece. 

Ela foi examinada pela médica da UBS que confirmou o diagnóstico de sinusite. “A médica receitou um antibiótico e soro para higienizar as narinas. Inclusive, durante a consulta pediu para que eu não falasse ou tossisse enquanto estivesse sem a máscara”, lembra. 

Por estar mais sujeita ao contágio por coronavírus, a paciente foi incluída entre as pessoas que estão sendo monitoradas pela Fundação Municipal de Saúde. Nossa entrevistada não entra na contagem de casos suspeitos do município. “A cada 48 horas eles vão me ligar me monitorando para ver como está o meu estado de saúde. Fui orientada a ficar um pouco mais isolada e recebi uma série de protocolos que eu preciso seguir”, frisa. 

Os pacientes que estão sendo monitorados são orientados a dormir em um quarto separado e a ter um banheiro só para si, ou higienizá-lo após o uso. Além disso, não pode compartilhar talheres, copos, pratos, roupa de cama, toalha ou objetos de higiene pessoal. 

Os cuidados também se estendem para quando os pacientes precisam sair para trabalhar, ir ao mercado ou farmácia. “No momento, eu estou fazendo home office, mas se eu precisar sair, tenho que usar máscara”, destaca.

Ela garante que está seguindo todas as recomendações à risca. “É um pouco sofrido, mas eu sei que é para um bem maior”, admite. A previsão é que o isolamento domiciliar termine no dia 08 de abril