Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

“O Hospital Universitário mudou a história da saúde pública em Ponta Grossa”, diz diretora-geral do HU

2020-03-27 às 11:00

ATUALIZAÇÃO: Nesta quinta-feira (1), Luciane Cabral foi exonerada de sua função como diretora-geral do Hospital Universitário da UEPG. De acordo com nota oficial emitida pela universidade nesta sexta-feira (2), o principal motivo da substituição “é no sentido de melhorar o relacionamento entre o HU e a UEPG, visando uma maior integração com os cursos da instituição, tal como consta no programa de campanha da chapa eleita”. Relembre, a seguir, entrevista com Luciane publicada na edição 281 (março de 2020) da revista D’Ponta.

Diretora-geral do Hospital Universitário da UEPG, Luciane Patrícia Andreani Cabral fala sobre as conquistas, os desafios e os planos do hospital que, na visão dela, é um marco na saúde pública no município

Provar que é possível fazer um bom atendimento no serviço público. Essa é a principal missão do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG). Inaugurado em 2010 e transformado em hospital universitário três anos mais tarde, o HU já se tornou referência na prestação de serviços de saúde. Contando com mais de 50 especialidades, o hospital realiza cerca de 6 mil consultas e 3 mil exames por mês. Apenas durante o ano de 2019, foram feitas mais de 5 mil cirurgias. E a população de Ponta Grossa e região pode esperar ainda mais do HU nos próximos anos. Quem afirma é Luciane Patrícia Andreani Cabral, diretora-geral da instituição. Na entrevista a seguir, ela fala um pouco sobre o trabalho do Hospital Universitário.

O Hospital Universitário já se tornou referência na prestação de serviços de saúde na região. O que motivou esse destaque?

O motivo é o comprometimento de todas as equipes de apoio, a dedicação das equipes administrativas, o profissionalismo e cuidado ao paciente das equipes técnicas, tudo isso associado aos acadêmicos, professores e residentes, criando um ambiente voltado para fazer o bem ao próximo.

Nesses dez anos de história, quais foram as maiores conquistas do hospital?

Uma das maiores conquistas foi atingir a plenitude de atendimento, não havendo hoje nenhum lugar que não esteja sendo utilizado para prestar serviço à comunidade. Outro destaque foi a abertura das UTIs. Após o funcionamento da UTI neonatal e a abertura da UTI pediátrica, nunca mais se ouviu falar em falta de leitos para crianças e recém-nascidos nos Campos Gerais. Na área de ensino, destacaria as residências médicas, que agora contam com dez programas. Chamo atenção também para as residências multiprofissionais, novidade na região, que recebem quase 150 residentes, todos com bolsas do governo federal. Tudo isso foi importante. O hospital mudou a história da saúde pública na cidade de Ponta Grossa, não há o que discutir.

“Após o funcionamento da UTI neonatal e a abertura da UTI pediátrica, nunca mais se ouviu falar em falta de leitos para crianças e recém-nascidos nos Campos Gerais”

A excelência no atendimento é um dos pontos mais elogiados pelos pacientes do HU. Quais estratégias o hospital utiliza para humanizar o atendimento?

A principal estratégia é se colocar no lugar da pessoa que está precisando de atendimento. É fazer a pergunta: “E se fosse comigo, como eu gostaria de ser atendido?”. Partindo disso, são feitas ações para melhorar ainda mais a qualidade do atendimento. Outra estratégia é lançar o desafio para as equipes: “Vamos provar que é possível fazer um bom atendimento no serviço público”.

São feitos investimentos na formação profissional e na capacitação dos colaboradores e funcionários do HU?

Há investimento contínuo por meio do setor de Educação Continuada, que promove capacitações semanais nas mais diversas áreas. Há também um espaço denominado Centro de Simulação, com bonecos e moldes de seres humanos, adultos e crianças, que permite treinamento de situações realísticas. Também são realizados anualmente, para médicos e enfermeiros, treinamentos certificados.

Em 2019, o HU realizou mais de 5 mil cirurgias, um número 13% maior do que o do ano anterior. O que possibilitou essa conquista?

Isso foi possível graças a adequações de rotinas e processos internos, e a uma reforma de outra sala cirúrgica, que pudesse ser “coringa” e facilmente preparada, tanto para emergência quanto para cirurgias eletivas. Para isso, foi investido em infraestrutura e treinamento das equipes.

“O desafio é acordar todo dia e querer o melhor para o hospital e não conseguir esperar”

As obras de ampliação da maternidade estão a todo vapor. O que a população pode esperar desse investimento?

Não poderia deixar de dizer que, quando houve o fechamento de duas instituições em Ponta Grossa, a maternidade do HU não virou as costas, mas, sim, rapidamente passou a atender. Agora teremos uma nova estrutura, mais moderna, um pronto atendimento exclusivo para gestantes e um ambiente voltado para a humanização e carinho nesse momento tão especial a todas as mulheres.

Quais são desafios de gerenciar uma estrutura tão importante quanto a do HU?

O desafio é acordar todo dia e querer o melhor para o hospital e não conseguir esperar. Sempre querer fazer mais, atender mais, ter mais espaço, mais ambulatórios, mais salas cirúrgicas, mais equipamentos… Enfim, oferecer mais aos usuários. É gratificante ver o retorno na alegria de um bom atendimento, na recuperação de um paciente em alta, numa criança indo embora recuperada, numa mãe com o recém-nascido no colo.

Quais são os planos do HU?

Planejamos, em um primeiro momento, a conclusão e funcionamento da maternidade, a ampliação dos espaços do hospital para atender mais e a construção de um novo ambulatório, mais amplo, no terreno anexo.

Por Michelle de Geus | Foto: Divulgação