“Nem eu e nem minha família vamos aceitar que coloquem que a causa da morte do meu irmão foi coronavírus”, afirma o radialista A. F. Ele é irmão de Jacson Moreira Freitas, paciente que estava internado na ala da COVID-19 no Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais (HU-UEPG) e faleceu na noite de ontem (23).
“Na verdade, o meu irmão já tinha histórico de problemas respiratórios desde pequeno”, alega A. F. Ele conta que quando o irmão precisou ser internado, estava com febre, com falta de ar e os exames mostraram que um pulmão estava comprometido. “Como ele já tinha esse histórico de má respiração, a gente não acredita que tenha sido coronavírus. Inclusive, nem no atestado de óbito conta que a causa da morte foi COVID-19”, frisa.
Uma das principais reclamações de A. F. é que a família não teve permissão para fazer o velório e nem o enterro. De acordo com o protocolo estipulado pelas autoridades de saúde, quando existe a suspeita de contaminação pelo novo coronavírus, o corpo é encaminhado diretamente para o cemitério. “Agora eu te pergunto: e se [a causa da morte] não foi coronavírus, nós vamos lá desenterrar e fazer o velório? Não vamos”, enfatiza.
Além disso, A. F. relata que os médicos não entraram em contato com a família para comunicar o falecimento. “A imprensa ficou sabendo antes da família, o que é um absurdo. Eu, lá em Florianópolis, vi nos jornais e liguei para a minha mãe para que ela entrasse em contato com os médicos. Os médicos não foram capazes de ligar para a família avisando”, salienta.
“Não foi coronavírus. Meu irmão já tinha problemas respiratórios. Querem muito número e querem politizar esse vírus”, alfineta. A.F. reafirma que o resultado do exame ainda está sendo aguardado, mas adianta que a família não irá aceitar que atribuam a morte do seu irmão à COVID-19. “Virou palhaçada. Ninguém se importa com a dor do meu pai, da minha mãe, com a minha dor. A morte virou algo banal, virou politica”, dispara.