Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

Empresário se acorrenta em frente a banco no Paraná em protesto por não liberação de linha de crédito

2020-07-13 às 14:49

O empresário Arlindo Ventura, conhecido como “Magrão”, do Bar do Torto, no bairro São Francisco, revela que chegou ao limite. Ele está acorrentado em frente à agência da Caixa Econômica Federal, do bairro Centro Cívico, em protesto a não liberação da linha de crédito prometida pelo governo federal para ajudar os micro e pequenos empresários.

Ventura conta que desde fevereiro está tratando com o banco. Com três funcionários e fechado por conta do isolamento social, o empresário diz que não tem como segurar. “Eu não demiti ninguém, mas estou no meu limite”, afirma.

Com um extrato da conta, Ventura mostra que a linha de crédito Giro de Caixa está aprovada, mas o valor de mais de R$ 55 mil não é liberado. “O gerente diz que é por conta da restrição junto ao Serasa, mas em fevereiro eu não estava com nenhuma restrição”, afirma. “Agora depois e tanto tempo, qual o empresário que não tem contas em atras “, questiona. “Em, fevereiro eu não tinha nenhuma”, ressalta.

A reportagem procurou a Caixa sobre o caso que deve encaminhar um posicionamento da instituição, por meio de nota, ainda nesta tarde. 

A história de Ventura é mais uma no universo de tantas outras. Um estudo do Sebrae mostra que no Paraná, apenas um em cada cinco pequenas empresas conseguiu obter empréstimo. A 4ª edição da pesquisa Impacto da Pandemia do Coronavírus, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que 21,3% dos pequenos negócios no Paraná conseguiram obter crédito junto às instituições financeiras. Outros 31,1% ainda aguardam respostas e 47,7% tiveram o crédito negado. O percentual é maior que a média no Brasil, que é de 16% de sucesso na obtenção de crédito.

“Nos países desenvolvidos, existem políticas de crédito a juros zero porque os pequenos negócios são essenciais para o funcionamento do sistema econômico. No Brasil, o crédito continua caro e burocrático. Elas são 99% das empresas e respondem por a maior parte dos empregos. Em tempos de pandemia, a prioridade deveria ser manter as empresas vivas. Se não socorrermos as empresas que precisam de crédito, não vai haver empresa para voltar a produzir e não sairemos dessa crise tão cedo”, explica o presidente do Sebrae, Carlos Melles, ao analisar o cenário nacional.

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foto: Franklin de Freitas / Bem Paraná