Nesta quinta-feira, 2 de setembro, o Grupo Fauna completa 23 anos de trabalho em defesa dos direitos animais em Ponta Grossa e Campos Gerais. O grupo atua em frentes educativas (palestras em escolas e outros ambientes), mobilizatórias (manifestações públicas diversas em prol dos animais) e de controle social, ao reivindicar, propor e incentivar políticas públicas e práticas sociais livres de violência contra animais humanos, não humanos e meio ambiente.
O Fauna, como pioneiro, abriu um caminho e criou uma atmosfera de respeito pela proteção animal no município de Ponta Grossa. Graças as ações do Grupo existem hoje, por exemplo, as castrações públicas, assumidas pela gestão municipal em 2013, após acordo judicial conseqüente a uma Ação Civil Pública do Ministério Público, após interferência do Grupo Fauna.
Desde sua fundação, a ONG trabalha pela busca de políticas públicas em prol dos animais e, além da lei que trata das castrações, outras também foram amadurecidas dentro do Grupo, como a que prevê a proibição de apresentação de circos com animais. Frequentemente, a ONG é consultada a respeito de novas leis que digam respeito aos animais no município. Apesar dos avanços, Karina Medaglia, presidente do Fauna, aponta essa luta como uma das mais cansativas ao longo desses 23 anos.
“Uma das maiores dificuldades foi fazer cumprir as políticas públicas. Porque o protetor de animais ‘enxuga gelo’, ‘apaga incêndio’, mas se não tiver uma política pública que realmente vá na raiz do problema, não há protetor que resolva. Mas somos teimosos, continuamos insistindo e vamos atrás de leis, sempre que houver necessidade”, explica Medaglia.
A ONG de proteção animal é a mais antiga de Ponta Grossa em atividade, e mesmo com muita coisa ainda por ser feita, o sentimento de quem faz parte desta história é o de dever cumprido. “A gente fez o melhor em cada um desses 23 anos. A gente gastou tempo, gastou saliva para convencer pessoas, convencer políticos, administradores. E não nos arrependemos de nenhum momento, reunião ou fala, fizemos o que tinha que ser feito. Graças a isso a gente tem as castrações públicas hoje. Boa parte do dever foi cumprido, mas ainda tem muito para fazer. A situação dos animais em Ponta Grossa não é confortável, a pandemia piorou o que já não vinha muito bem, são muitos animais abandonados, às vezes em situação crítica. Há um esforço muito grande das ONGs e dos protetores, há muita política pública para ser cumprida”, desabafa a presidente do grupo.
Parcerias
O Grupo Fauna tem também um projeto próprio de castração facilitada para os voluntários do grupo e outros protetores, bem como é facilitador de outros procedimentos veterinários em clínicas parceiras. Além disto, viabiliza eventos de adoção isoladamente ou em parceria com outras ONGs e protetores. A ONG também é parceira da Pedigree em Ponta Grossa no projeto “Adotar é tudo de bom”.
O Fauna, somando-se aos esforços de protetores independentes, deu inicio ao GAR (Grupo de Auxílio aos Resgatinhos), organizado especificamente para o caso, que até virou notícia, de uma acumuladora de felinos com mais de 380 gatos e, através dele, os animais são cuidados, castrados e recuperados, sendo então encaminhados a um novo lar. Há cerca de 15 dias mais 40 gatas foram resgatados, juntando-se aos demais.
Serviço:
Com grande demanda de atendimentos, toda ajuda é bem-vinda: ração, caminha, roupinhas, medicação, ou mesmo dinheiro. O contato com a ONG é feito por meio das redes sociais: Facebook, Instagram, ou pelo email [email protected].