2022: Começa a temporada de caça ao Lula!
Líder em todas as pesquisas de intenção de voto para este ano, o ex-presidente Lula (PT) não deve ter vida fácil pela frente. Ao menos é o que o cenário político apresenta para 2022.
Além de liderar a corrida ao Palácio do Planalto em todos os contextos de primeiro e segundo turno, Lula também apresenta menores índices de rejeição em relação aos seus principais adversários na disputa.
Na esfera jurídica, o ex-presidente acumula vitórias significativas no respeitante às condenações da Lava-Jato, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que, de igual modo, declarou Sérgio Moro (PODEMOS) parcial ao atuar como juiz. Moro, algoz de Lula, é pré-candidato à Presidência da República, prometendo embate contra seu rival.
A trajetória política do ex-presidente foi promissora durante todo o ano passado, com fecundas articulações por palanques políticos nos Estados, além de robusta presença nacional e internacional em eventos que podem capitalizar para sua candidatura. Todo candidato sabe da importância de uma agenda positiva às vésperas de uma eleição.
Porém, o panorama atual revela maiores dificuldades para que Lula possa, de fato, manter a dianteira quanto às suas pretensões eleitorais. Aliados do Presidente Jair Bolsonaro devem iniciar uma campanha para que a sociedade relembre das acusações de corrupção nos dois mandatos de Lula, além da derrocada econômica, por meio da recessão, e o descompasso político no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.
Lula sabe que deverá sofrer com diversas acusações, bem como poderá ver uma “união” de forças da terceira via contra sua candidatura. Aconselhado por João Santana, Ciro Gomes (PDT) já envidou esforços nos ataques contra seu adversário petista. Sérgio Moro não deve tomar caminho diferente. A lógica é a mesma – tentar desgastar a figura do ex-presidente a partir do histórico da operação Lava-Jato.
Jair Bolsonaro, até agora o principal rival petista, segundo as pesquisas, poderá focar nas pautas comportamentais – não deixando de lado o tema da corrupção. Uma fatia considerável do eleitorado conservador segue a tendência de voto em um candidato que represente seus ideais, e isso vem se revelando mister do atual Presidente, principalmente com discursos apaixonados, tais como sua indicação do ministro “terrivelmente” evangélico.
Alguns especialistas, no entanto, divergem sobre o peso da pauta da corrupção em 2022. Para estes, 2018 foi sui generis e não deverá replicar a mesma tendência agora. Mas, nunca se pode descartar a magnitude do tema em um pleito que toma contorno de ser o mais intrigante e disputado de nossa incipiente democracia.
A economia, por sua vez, ganhará notoriedade no debate, tanto nos palanques como no dia a dia do brasileiro. O poder de compra será um grande aliado, ou adversário, do atual Presidente, e poderá decidir a eleição deste ano.
Seja o que for, Lula não jogará livremente neste ano. A marcação promete ser incansável e personalizada. Quem se salvará? Torçamos para que sejamos nós, o povo brasileiro.
