Quinta-feira, 10 de Outubro de 2024

Padre da Diocese de PG assume missão no Amazonas

2022-02-01 às 16:09

O Projeto Igrejas-Irmãs entre a Diocese de Ponta Grossa e a Prelazia de Lábrea, no Amazonas, é desenvolvido desde 2013, quando o primeiro padre diocesano, José Lauro Gonçalves, foi enviado em missão. Ele permaneceu na sede da prelazia até 2016, quando foi substituído pelo padre José Nilson Santos. Atualmente, o sacerdote, ao lado do padre Osvaldo Pinheiro, responde pela Paróquia São João Batista, no município de Canutama. Este mês, encerra-se a passagem do padre José Nilson pela Amazônia, que terá o seu envio de volta à Diocese marcado por uma celebração no dia 12. Já no dia 20, seu sucessor, padre Fábio Sejanoski, será acolhido com uma missa celebrada pelo bispo prelado, Dom Santiago Sànchez Sebastian.

Pároco da Paróquia Menino Jesus, de Reserva, padre Fábio está em ritmo de despedida desde dezembro. Depois de passar pelas 64 capelas do interior do município, o sacerdote rezou missas neste final de semana, na matriz.  Carregadas de muita emoção, as quatro celebrações levaram muitos fiéis à igreja. Duas das missas foram transmitidas pela Rádio Reserva FM. Em todas, o padre-cantor, que tem até CD gravado, cantou um trecho da música Despedida, de Roberto Carlos. Na missa do sábado à noite, padre Fábio falou da vontade que teve, desde que chegou, de caminhar junto, ao lado dos paroquianos, respeitando o ritmo de cada um. “Por isso, prefiro chamá-los de irmãos”, afirmou.

Foram 2004 dias, 5 anos, 5 meses e 25 dias de convívio, nessa segunda passagem por Reserva. Entre 2010 e 2011, padre Fábio já havia servido no município. “Às vezes, a gente olha para um padre e pensa que ele é um homem perfeito, é um homem gigante, forte, um homem completo, mas se esquece que nós, padres, somos como quem carrega um grande tesouro. É isso que nos faz sermos grandes. Mas, esse mesmo tesouro é carregado em um vaso de barro. Por isso, perdoem o padre se algum momento esse vaso se quebrou, se perceberem que ele está trincado, torto ou com defeito. Saibam que o mais importante não é o vaso, mas o que está dentro. Não importa o jeito que o padre evangeliza, importa é que um padre vai sempre trazer Jesus”, enfatizou, garantindo não ser merecedor de todas as bonitas palavras e elogios que tem ouvido. “Não fui eu quem fez as coisas. O Fábio é pequeno, fraco. Quem fez foi Jesus, que usou o Fábio para chegar ao coração das pessoas e fazer tantas coisas bonitas”, acrescentou.

Ao falar dos motivos de sua saída, padre Fábio lembrou que, quando chegou à cidade pela segunda vez, em agosto de 2016, estava ao lado do bispo Dom Sergio Arthur Braschi e de padre Jorge Chuchene, e, fez questão de dizer que estava sempre à disposição. “Falamos eu e padre Jorginho: o que precisar de nós, pode contar conosco. E é em nome dessa mesma disponibilidade que estou indo. Não pedi para sair, mas, há dois anos, disse novamente ao bispo que estava disponível se precisasse. Falei a Dom Sergio: se um dia der certo de fazer missão, eu quero!  Vida do padre é essa disponibilidade de estar aqui, estar lá…Poderia ser daqui a dois anos, vinte anos, mas vai ser agora porque o bispo precisa agora. Padre Nilson que está na Amazônia está voltando e precisa de um padre para ficar no lugar dele e, como me disse disponível, aceitei o convite”, justificou.

A missa de envio de padre Fábio Sejanoski para Canutama está marcada para o próximo dia 13, domingo, às 10 horas, na Paróquia São João Batista, em Irati. A paróquia da família do sacerdote. Ele deverá viajar no dia 22 para o Amazonas, passando, primeiro, pelo Distrito de Assuanópolis, o conhecido KM 70, para fazer uma visita ao padre Sílvio Mocelin ao diácono Metodio Retexin e sua esposa, Sebastiana Vera Retexin, que seguiram para a Amazônia no início de janeiro. Depois seguirá para Canutama. Padre Fábio assumirá a função de vigário paroquial.

Padre Nilson

O padre José Nilson Santos está em missão na Prelazia de Lábrea desde 2016. São cinco anos e quatro meses na Amazônia. Era para ter regressado à Diocese em 2019, mas pela falta de um sucessor acabou ficando. Em 2020, atendeu uma solicitação do bispo Dom Sergio e permaneceu na prelazia para acompanhar o padre Osvaldo Pinheiro no comando da Paróquia São João Batista, em Canutama. A administração da paróquia representa uma ampliação na atuação diocesana dentro do Projeto Igrejas-Irmãs, parceria que está prestes a completar dez anos.

Padre Nilson vai celebrar uma missa, na paróquia, dia 9, às 19h30, para se despedir da comunidade. Dia 12, na Catedral em Lábrea, às 19 horas, a celebração eucarística reunirá o bispo prelado Dom Santiago. “Serão momentos de agradecer e me despedir oficialmente desta paróquia e, de modo mais próximo, de Dom Santiago e de todo o bom Povo de Deus, pela missão vivida e partilhada neste chão amazônico. Pedirei a ele um envio para minha Diocese”.

No dia 18, padre Nilson, padre Osvaldo, Dom Santiago e o seminarista Thiago Mendes, que é de Canutama, viajam rumo ao Km 70, onde serão recebidos pelo padre Silvio, diácono Metódio e sua esposa Vera. Dia 20, em missa solene, os missionários serão acolhidos, oficialmente, na prelazia, junto às comunidades e lideranças. Será criada, assim, a Área Missionária, ao sul da Paróquia São João Batista. “Será um momento de colegialidade, confirmando assim o desejo de crescer a luz da sinodaliddade, isto é, caminhar juntos, na comunhão missionária”, argumenta padre Nilson.

Padre Nilson deve regressar de ônibus para Ponta Grossa, o que pode levar três dias. A previsão é que o padre chegue até o dia 28 de fevereiro.

da assessoria