Autoestima, sentimento de pertença, qualidade de vida, felicidade, tudo ao alcance de quem dispuser de um pouco de vitaliciedade dentro de si mesmo. E isso tem início no maior empreendimento que podemos fazer: cuidar de nossa saúde mental.

A modernidade trouxe consigo uma gama múltipla de complexas construções tecnológicas que visam à facilitação da vida. Porém, com essas, a ansiedade e a inquietude se agigantam à medida que transcendem o trabalho e transbordam nos relacionamentos e, não obstante, no foro íntimo de cada pessoa, subtraindo o que de melhor há no ser humano, seu vigor, seu viço, a flama e a robustez da vida.

A fenomenologia da vida moderna não preparou um escape ao estresse que labora ao lado da atmosfera nem sempre tão fluida e “arejada”. A agitação de dias cada vez menores para tantos afazeres, mas, ao mesmo tempo, maiores diante das angústias do enfrentamento das frustrações da vida incitam a dramas que tendem a suscitar o medo, e, por fim, o desespero.

Mas, existem bons auspícios. A bem-aventurança do viver se estabelece quando o conhecimento de boas práticas diárias para a vida encontra uma alma desejosa de mudança. Aqui surgem alguns passos que, segundo especialistas, têm poder para ressignificar nossa existência e restaurar o equilíbrio de nossa saúde mental.

O primeiro passo para uma saúde mental, segundo o doutor em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Yuri Busin, é “Criar conexões!” Para além do ambiente de trabalho, o indivíduo necessita de um lugar para chamar de “lar”, em que reconheça pessoas que se importam com ele e este se importe com elas.

A conexão, segundo Busin, gera um sentimento de pertencimento, o que aumenta a autoestima e também a qualidade de vida. O simples ato de convidar um amigo para almoçar, traçar metas em comum com o cônjuge ou investir tempo com os filhos merece atenção quando o assunto é saúde mental. O suporte de que todos necessitam nasce no lar, seja este uma moradia ou o endereço do coração de alguém.

O segundo passo, ainda para o doutor Yuri Busin, é “Praticar Exercícios Físicos Regularmente”. Ser fisicamente ativo, segundo o doutor, não apenas é benéfico para a saúde física, mas atinge o bem-estar mental.

Ademais, é comprovado, por notórios cientistas que, durante a atividade física, o corpo libera naturalmente serotonina (hormônio da “felicidade” ), e endorfina, neurotransmissores relacionados à sensação de bem-estar e que ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade. A prática de exercícios físicos é recomendada, no entanto, com cautela e sempre sob supervisão médica e de profissional habilitado.

Um terceiro passo é sugerido pela Psicóloga Regiane B. S. Cruz. Para a especialista, é fundamental manter um equilíbrio na alimentação. Tão importante quanto os exercícios físicos regulares, alimentar-se bem, seguindo um estilo de vida saudável, é imprescindível à manutenção da saúde mental.

Segundo a Psicóloga, deve-se adotar um estilo saudável de alimentação. Fuja de dietas “milagrosas” que não têm comprovação científica e mais prejudicam que ajudam. Não há milagre na relação alimento-corpo. É necessário conhecer seus próprios limites e obedecer a regras de uma boa alimentação para que a psique possa coexistir em sintonia com um corpo saudável e restaurado.

A especialista em Gestão de Pessoas e Comportamento Humano, Psicóloga Paola Sobral esclarece o quarto passo para uma saúde mental: “Priorizar uma boa noite de sono”. Isso não é nada fácil, a julgar por este colunista que vos escreve, assumidamente notívago, mas é importante que se diga que o correto, para um equilíbrio mental, é manter uma boa qualidade de sono.

Em torno disso existem muitas especulações a respeito de quantas horas um indivíduo deve dormir por dia. A resposta, segundo a especialista, não tem uma fórmula pronta. Há quem durma menos de oito horas por dia e se sinta bem. Nada contra. O elementar é que se priorize o sono como um momento de relaxamento do corpo e da mente.

Por fim, o quinto passo, ainda segundo Sobral, é “Ter momentos de lazer”. Saber o porquê esperar por um fim de semana e feriado torna a vida mais esperançosa e prazerosa. Adotar hábitos que tragam alegria, relaxamento e descontração é saudável e regenerador.

E você, prezado, leitor, já planejou seus momentos de lazer para o fim de semana?

Cito, como epílogo, a feliz frase de Rémy Gourmont: “O lazer, eis a maior alegria e a mais bela conquista do homem!”