A infecção por Salmonella acontece pela ingestão de alimentos crus ou mal cozidos contaminados com fezes de animais com a presença da bactéria. A Salmonella causa intoxicação alimentar e, em casos raros, pode provocar infecções graves e levar à morte.
De acordo com o Ministério da Saúde, duas espécies principais estão associadas à doença em humanos: S. enterica e S. bongori. Em geral, a bactéria é encontrada em animais como galinhas, porcos, répteis, anfíbios, vacas e até mesmo domésticos, como cachorros e gatos. Assim, qualquer alimento que venha desses animais ou que tenha entrado em contato com as fezes podem ser considerados vias de transmissão da Salmonella.
Neste mês, a bactéria se tornou alvo de um alerta internacional realizado pela Rede Internacional de Autoridades de Segurança Alimentar (International Food Safety Authorities Network – Infosan) após um surto de Salmonella typhimurium em chocolates da marca Kinder na Europa.
Na edição desta sexta-feira (22) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou os principais sintomas da infecção por Salmonella para o organismo humano.
“Os sintomas são clássicos e muito claros: a pessoa pode ter diarreia e vômitos, ou seja, um desconforto e uma noção de que alguma coisa não está funcionando bem dentro do aparelho digestivo com uma tendência a querer eliminar esse problema”, explica.
Os sinais da infecção pela Salmonella também incluem dor ou distensão abdominal, febre, cansaço, prostração e perda de apetite.
De acordo com o especialista, em geral, os casos são resolvidos sem a necessidade de internação hospitalar. As infecções mais graves acontecem em idosos, crianças e pessoas com o sistema imunológico comprometido, como transplantados ou pessoas que vivem com HIV descontrolado.
O diagnóstico pode ser feito a partir de exames que realizam o isolamento da bactéria nas fezes ou vômito ou em amostras dos alimentos suspeitos consumidos. O tratamento é indicado pelo médico de acordo com o quadro clínico de cada paciente.
Para a prevenção à Salmonella, o Ministério da Saúde orienta a adoção de medidas de controle em todas as etapas da cadeia alimentar, desde a produção agrícola até o processamento, fabricação e preparação de alimentos, tanto em estabelecimentos comerciais quanto nas residências.
As ações individuais incluem os cuidados gerais contra doenças transmitidas por alimentos, como a lavagem regular das mãos antes, durante e depois de manipular ou consumir alimentos, lavar especialmente frutas e verduras, cozinhar bem carnes e ovos e evitar consumo em locais com condições precárias de higiene e conservação.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou o recebimento do comunicado no dia 13, destacando que, segundo o alerta, o Brasil não está incluído na lista de países para os quais o produto foi distribuído.
Autoridades europeias monitoram os casos de infecção pela bactéria associados ao consumo de chocolates da empresa Ferrero, fabricados na Bélgica e distribuídos para diferentes países.
Em nota, a Ferrero do Brasil afirmou que os produtos em questão não são comercializados em solo nacional. Leia na íntegra abaixo.
Os representantes da Ferrero no Brasil enviaram um comunicado oficial à Anvisa, no qual informaram que a contaminação por Salmonella aconteceu na fábrica localizada em Arlon, na Bélgica, e que as operações naquela planta fabril haviam sido suspensas.
No comunicado, a empresa afirma que iniciou o recolhimento dos produtos fabricados na Bélgica em todos os países de destino, e que a contaminação não atinge os produtos comercializados no Brasil.
No dia 14, a Anvisa proibiu a comercialização, distribuição, importação e o uso dos produtos da marca Kinder, que são alvo de alerta e recolhimento internacionais. A medida vale para os lotes fabricados na Bélgica pela empresa Ferrero.