Sábado, 21 de Dezembro de 2024

Coluna Draft: ‘Qual o cumprimento do erro?’, por Edgar Talevi

2022-06-17 às 10:54

Todos erramos. Porém, quando evocamos certas palavras, em especial, o rubor nos vem ao rosto e percebemos que estamos disfarçando nossos deslizes em relação à amada Língua Portuguesa.

Para que tal não ocorra, vamos nos divertir um pouco, nesta sexta-feira, tirando algumas dúvidas sobe nosso idioma. Vamos a elas:

Cumprimento ou Comprimento? Semelhantes, mas diferentes! Entendamos: cumprimentar equivale a saudações. Ex. O orador cumprimentou a plateia.

Comprimento significa medida. Ex. O comprimento do vestido será conforme a encomenda. Simples assim!

Pensará, no entanto, o exímio leitor, que o título abre margem para ambas as formas. De certo modo, sim! Um erro pode cumprimentar alguém ou alguma coisa, em sentido lato. Mas eu não perderia a abundância de sentidos nos joguinhos de palavras, não é mesmo?

Cavalheiro que sou, corro em busca da melhor forma de trazer à baila equivocidades no uso de nossa Língua Portuguesa. Aqui reside outra dúvida: Cavalheiro ou Cavaleiro?

Saibamos a diferença do seguinte modo: Cavalheiro tem o sentido de homem educado. Ex. No baile, aquela moça dançou com um verdadeiro cavalheiro.

Cavaleiro é o homem que monta a cavalo. Ex. Bom cavaleiro que é, conhecia muito sobre os animais.

Eventualmente dúvidas e mais dúvidas surgem em nossa mente. É aí que nossas crônicas de toda semana estão presentes para ajudar. Isso é possível sempre que estivermos ansiosos por mais comunicação em nosso dia a dia.

Opa! Mais uma dúvida pode ser percebida no parágrafo anterior. Eventual e Possível são de igual uso? Nem sempre. Possível significa provável. Ex. É possível que, com tantos votos, ele seja eleito.

Eventual, por sua vez, tem o sentido de casual, ocasional. Ex. A presença das autoridades é eventual nos congressos.

Muitas são as curiosidades, mas sempre busquemos o melhor de nós todos os dias. Não há dúvida que permaneça em uma mente curiosa!

Encerro nossa crônica de hoje com os versos de um dos mais completos e talentosos haicaístas da cidade de Ponta Grossa, Róbison Benedito Chagas que, com sensibilidade, em sua obra “Ruídos”, mostra-nos a chegada do inverno e o esfalecer das últimas flores:

luar de inverno
libélula passeia
nas últimas flores

Coluna Draft

por Edgar Talevi

Edgar Talevi de Oliveira é licenciado em Letras pela UEPG. Pós-graduado em Linguística, Neuropedagogia e Educação Especial. Bacharel e Mestre em Teologia. Atualmente Professor do Quadro Próprio do Magistério da Rede Pública do Paraná, na disciplina de Língua Portuguesa. Começou carreira como docente em Produção de texto e Gramática, em 2005, em diversos cursos pré-vestibulares da região, bem como possui experiência em docência no Ensino Superior em instituições privadas de Ensino de Ponta Grossa. É revisor de textos e autor do livro “Domine a Língua – o novo acordo ortográfico de um jeito simples”, em parceria com o professor Pablo Alex Laroca Gomes. Também autor do livro "Sintaxe à Vontade: crônicas sobre a Língua Portuguesa". Membro da Academia Ponta-grossense de Letras e Artes. Ao longo de sua carreira no magistério, coordenou inúmeros projetos pedagógicos, tais como Júri Simulado, Semana Literária dentre outros. Como articulista, teve seus textos publicados em jornais impressos e eletrônicos, sempre com posicionamentos relevantes e de caráter democrático, prezando pela ética, pluralidade de ideias e valores republicanos.