Sábado, 14 de Dezembro de 2024

Curitiba identifica transmissão comunitária da varíola dos macacos

2022-07-28 às 16:55
Foto: Reuters

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba declarou a transmissão comunitária do vírus da monkeypox no município, nesta quinta-feira (28). Já são 21 casos confirmados da varíola causada pelo vírus monkeypox até esta quarta-feira (27/7). São 20 homens e uma mulher e todos passam bem. Do total de casos, 16 são importados ou contatos de viajantes e em cinco casos não foi possível determinar vínculo relacionado a viagem.

“A transmissão comunitária é uma declaração técnica, da Epidemiologia, quando não é possível rastrear qual a origem da infecção de um ou mais casos, indicando que o vírus circula no munícipio, independentemente de viagem ou não”, explica a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella.

A secretária ressalta que a declaração de transmissão comunitária do monkeypox em Curitiba não é motivo para pânico. “Essa doença é o que chamamos de autolimitada, ou seja, resolve-se espontaneamente e tem um prognóstico muito benigno. Salvo raríssimas exceções, não há agravamento do paciente, bem diferente do que tínhamos com o coronavírus no início da pandemia da covid-19”, afirma.

Segundo Beatriz, o vírus monkeypox exige um contato físico íntimo para que ocorra a transmissão. “Ao contrário de outros vírus muito transmissíveis, como o coronavírus, o influenza ou o do sarampo, o vírus responsável por este tipo de varíola exige um contato direto pele a pele para que ocorra a transmissão”, explica.

Rede preparada

Mesmo antes da declaração do estado em emergência em saúde pública global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no último sábado (23/7), as autoridades de saúde municipais, estaduais e nacionais já estavam em alerta e mobilizadas em relação à doença.

“Com a disponibilização de protocolos e fluxos especiais para monkeypox elaborados pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, os serviços de saúde do município estão identificando os casos suspeitos, atendendo, coletando os exames indicados, tratando e monitorando os pacientes”, diz Beatriz.

Orientações

Neste momento, em relação à monkeypox, a SMS orienta maior atenção para pessoas que venham a apresentar na pele pústulas (bolinhas vermelhas com pus) após contato íntimo com alguém diagnosticado ou com suspeita para essa doença. Além das pústulas, deve se observar ocorrência de febre e gânglios inchados.

“Nestes casos, a orientação é procurar um serviço de saúde, para investigação, pois os sintomas são comuns a várias doenças, e somente um profissional de saúde poderá avaliar para notificar a SMS e orientar corretamente o paciente”, explica a médica infectologista da SMS, Marion Burger. “Várias doenças alérgicas ou infecciosas, como a catapora, se caracterizam por lesões do tipo vesículas e pústulas, mas que não têm nada a ver com a infecção pelo vírus monkeypox”, complementa.

A SMS indica, ainda, que o isolamento do paciente com suspeita ou confirmação da doença é fundamental para evitar o espalhamento da doença e não expor outras pessoas ao risco, principalmente aquelas imunodeprimidas.

Dúvidas

A OMS declarou emergência em saúde pública em relação à monkeypox. Isso significa que a monkeypox é tão grave como a covid-19?
Não! A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou que a monkeypox é uma emergência em saúde pública, com risco moderado em todo o mundo, com exceção da Europa, onde o risco é alto. A decisão da OMS está relacionada ao espalhamento da doença no globo e não com a gravidade da evolução da doença em si.

Até o presente momento, a monkeypox é uma doença com prognóstico muito benigno. Ou seja, salvo raríssimas exceções, não há agravamento do paciente, bem diferente do quadro que havia do coronavírus no início da pandemia.

Além disso, esse vírus exige um contato íntimo físico, pele a pele, para que ocorra a transmissão. Ao contrário de outros vírus muito transmissíveis, como o covid-19, o influenza ou o do sarampo, esse vírus deste tipo de varíola exige um contato direto principalmente com as lesões de pele para que ocorra a transmissão.

da Prefeitura de Curitiba