Alguns pleonasmos hoje são campeões absolutos no rádio, na televisão e na imprensa. Mas, nenhum se compara a “encarar de frente”, que possui até uma variante, a saber, “enfrentar de frente!”
Evidentemente que não se pode encarar de costas, portanto a lógica é encarar de frete mesmo, ao passo que enfrentar só poderia ser de frente, pois a raiz do verbo possui o elemento “frente”. Mas não faltam circunstâncias em que somos levados a repelir a gramática e usarmos os dialetos populares não tão gramaticais assim!
Outros pleonasmos categóricos ouvidos, lidos e sentidos na pele, são: “ganhar grátis”. Ora, se algo é ganho, só poderá ser grátis!
Não percamos o fio da meada! Mais virão! Sigamos… “elo de ligação” Elo só pode ser de ligação, do contrário não seria “elo”, concordam?!
E o que dizer do velho conhecido “Hábitat natural”? Se hábitat já é o lugar que uma espécie habita, haverá algum hábitat que não seja natural?
“Monopólio exclusivo”. Se é monopólio, só pode ser exclusivo.
“Manter o mesmo”. A pessoa pode manter outro, por acaso, ou algo que não seja o seu?
“Pequenos detalhes”. Não existem detalhes grandes.
“Conclusão final”. Se houver conclusão parcial, aí fará sentido.
“Lançar novo”. Não se lança algo velho.
“Regra geral”. Toda regra é, de certo modo, uma generalização.
Haja pontos e contrapontos em nosso idioma! Mas, querem saber?! É disso de que mais gosto e mais me apaixono por ele. A Língua Portuguesa é sui generis em sua origem e sua vivacidade, sua dinamicidade, e isso traz vida e estabelece sagacidade às suas matrizes.
“A linguagem é o bem mais precioso e também o mais perigoso que foi dado ao homem” (Friedrich Hölderlin)