A Cobra vai fumar!
É realmente uma grande aventura viajar pelo universo da linguagem, ainda mais quando estamos em nosso dileto idioma, a Língua Portuguesa.
Desde sempre, nós, usuários do idioma, personificamos nossas falas por meio de expressões que ressignificam o vernáculo e dão ainda mais graça à linguagem.
Dentre tantas expressões, a que dá nome a esta crônica é uma das mais conhecidas. Sua origem está na Força Expedicionária Brasileira, que tem a cobra como símbolo. O lema “A cobra está fumando” foi uma resposta àqueles que consideravam ser mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra.
Outra curiosidade é justamente aquela que “matou o gato” – ‘a curiosidade matou o gato’. Diz-se quando se quer pedir para alguém parar de perguntar demais sobre o que não lhe diz respeito. Sua origem está na Grã-Bretanha, e a expressão parece ter surgido pelos idos do século XVI. Trata-se de um cala-boca eufêmico!
‘A cavalo dado não se olham os dentes’ – curiosa expressão, de origem desconhecida, que equivale a dizer para que se aceite os presentes recebidos. A um objeto recebido não se deve olhar valor.
Mais curioso ainda é o fato de que a idade de qualquer equino é facilmente identificada visualizando-se os dentes. Daí a solução para o mistério da expressão supracitada.
Uma expressão bem antiga e muito comum é: ‘A bom entendedor, meia palavra basta’ – Ela não foi fabricada no Brasil, mas na Espanha. Seu sentido usual é que quando quem escuta é inteligente e perspicaz, não é preciso dizer muito. Com poucas palavras, se é compreendido.
A expressão foi consagrada por dois autores espanhóis: Fernando Rojas, na comédia ‘A Celestina’, e Miguel de Cervantes, em ‘Dom Quixote’.
Encerramos nossa semana, prezados leitores, com a frase célebre de Augusto dos Anjos:
“Ambiciono que o idioma em que eu te falo
Possam todas as línguas decliná-lo
Possam todos os homens compreendê-lo”