Domingo, 15 de Dezembro de 2024

FPS 30 já é o suficiente para proteger do sol, orienta dra. Juliana Ribeiro

2022-09-02 às 14:51

A farmacêutica Juliana Ribeiro, da Eficácia Brasil, comentou sobre a importância do protetor solar durante o programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), desta sexta (2). Segundo Juliana, do ponto de vista químico e cosmético, os filtros e bloqueadores solares são “uma faca de dois gumes” para nossa saúde.

O que significa o número ao lado do Fator de Proteção Solar (FPS) no rótulo dos filtros? “De acordo com as análises e pesquisas que esse laboratório, na hora de lançar o produto, colocou no rótulo, significa que esse filtro vai te proteger 30 vezes mais do que se não ficasse exposto”, diz.

Por exemplo, uma pessoa que fique queimada após 10 minutos de exposição ao sol sem protetor ficaria protegida por 300 minutos (ou cinco horas) contra queimadura solar. “Se você leva uma hora para ficar queimado, não precisa de um FPS tão alto. Se você leva uma hora e ele vai te proteger 30 vezes mais, vai te proteger 30 horas. O dia não tem 30 horas. É melhor usar um fator menor e reaplicar o produto, que tem uma validade, ele vai degradando com seu suor, com a acidez da sua pele, que é normal. Mas não precisa passar um fato 100”, aponta.

Juliana argumenta que a publicidade nos convenceu de que necessitamos de fatores cada vez mais alto. No entanto, o FPS 30 já é suficiente para proteger. Além de dobrarem de preço em relação aos de FPS 30, os filtros com FPS maior aplicam mais produtos químicos.

Como cosmetóloga farmacêutica, Juliana frisa que o uso de filtros solares no dia a dia são cruciais porque os raios ultravioleta são cada vez mais nocivos. “Chegam até nosso corpo de forma mais nociva, até pela camada de ozônio, que está deficitária, muitos poluentes no ar. Precisamos nos proteger, porque a pele é nosso segundo maior órgão. Filtro solar deve ser usado, com certeza”, recomenda.

A indústria cosmética investe, cada vez mais, em maquiagem com componentes que tratam a pele e com filtro solar de fator mais alto que antes, especialmente bases e pós compactos. Juliana pontua que o mesmo tipo de filtro pode não atender às necessidades de proteção solar de duas pessoas diferentes. “Dependendo da base, se é creme, se é gel, se é creme-gel ou pó, tem que avaliar o tipo de pele da pessoa, a cor da pele, que chamamos de fototipos”, explica.

Outro aspecto a ser avaliado para determinar o melhor produto é o ritmo de vida da pessoa. Um carteiro, que trabalha o dia todo sob o sol, e uma pessoa que passa o dia sob luz artificial, por exemplo, não conseguirão o mesmo efeito se usarem o mesmo filtro, de acordo com Juliana.

“Quando você vai a um profissional da saúde – um dermatologista ou mesmo um farmacêutico te orientando no balcão da farmácia – ele vai fazer perguntas cruciais: o tom da sua pele, como é sua rotina de vida”, exemplifica. Com a variação de radiação e de incidência solar, o fator de proteção solar (FPS) também varia. É por isso, segundo Juliana, que uma pessoa do Nordeste vai precisar de um filtro com fator maior.

Também deve ser considerado o tipo de pele da pessoa, se é seca, oleosa, mista, acnéica, se é uma mulher na menopausa, um homem de pele mais madura, ou alguém mais jovem.

A farmacêutica ressalta que sol é sol, seja na praia, no campo ou na cidade. O que muda, quando vamos à praia, é o nível de exposição ao sol. “Você não está tão vestido, com a pele toda mais exposta. Ao mesmo tempo, você passa mais tempo curtindo a praia, no mínimo, umas quatro horas. No seu dia a dia, você não fica quatro horas na rua de biquíni, maiô ou sunga”, diz. Vale lembrar que a areia da praia rebate a luz solar.

O sol emite três tipos de raios ultravioleta – A, B e C. “O raio UVC é o que mais causa câncer de pele. Na Terra, originalmente falando, não é para vir o ultravioleta tipo C”, comenta. As ondas UVC, o mais energético entre os três tipos, são absorvidas pelo ozônio e pelo oxigênio presentes na atmosfera terrestre.

“O A é o que bronzeia; B, o que queima e C, o que traz o câncer de pele”, adverte.

Malefícios

Juliana observa que pouco se discute os malefícios que alguns tipos de protetores solares podem causar ao organismo. Alguns deles contêm em suas fórmulas ingredientes químicos como a avobenzona, a oxibenzona, o octocrileno, o homosalato, o octisalato e o octinoxato, que já foram relacionados a problemas de saúde como interrupções hormonais, câncer, além de alterações no fígado e nos rins.  “O grande ‘pulo do gato’ é sabermos a composição desse filtro”, diz.

“Usar filtro solar não é balela, nem modismo. Mas veja a composição”, acrescenta. Mães e gestantes devem usar os filtros solares físicos.

Não usar filtro solar expõe a pele a problemas como manchas e melasmas; aumenta a debilidade da pele em fazer a renovação celular e acentua, consequentemente, não apenas as manchas, mas também as rugas, causadas pelo fotoenvelhecimento.

“Tem que aplicar a cada quatro horas. Não existe fórmula com proteção 12 horas”, ressalta.

A Eficácia Brasil manipula filtros solares com fórmulas que atendem à necessidade de cada um. “E todos eles com laudo de análise, faço questão. Porque muitos prescritores que visitamos dizem não gostar do filtro manipulado por não ter comprovação de que protege o tanto que promete no rótulo. A indústria, realmente, faz um dossiê muito grande para ser aprovado na Anvisa e registrado esse produto para ele poder falar que é FPS 30”, comenta.

Juliana observa que o manipulado é mais barato que os industriais. “Nós, da Eficácia Brasil, temos todos os laudos de análise, que são emitidos pela BASF. Levamos esses laudos para prescritores, comprovando que têm, sim, resultado e eficácia de uma linha industrial. E o melhor: eu controlo, como farmacêutica cosmetóloga, os ativos que quero colocar lá dentro, personalizando a fórmula. Usamos filtros físicos hidrossolúveis”, diz.

A farmacêutica ressalta que, quanto mais alto o FPS, mais componentes químicos oleosos contém aquele produto. “Um dos males é que esse filtro pode acoplar naquilo que chamamos de receptor celular para hormônios”, adverte.

Em Ponta Grossa, a Farmácia Eficácia Brasil está localizada na rua Dr. Francisco Burzio, 687. O telefone para contato é: (42) 9 9928-0252.

Siga nas redes sociais: @farmaciaeficaciabrasil e @dra.julianaribeiro

 

Confira o bate-papo com a dra. Juliana Ribeiro na íntegra: