Ainda distante de uma trégua ou de uma solução negociada, a invasão russa à Ucrânia completou 200 dias no domingo (11). O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, durante live, agradeceu ao povo pela defesa do país, mas anunciou que “o mais complicado está para chegar”.

Zelensky também elogiou a atuação do Exército ucraniano e dedicou o discurso “a todos que estiveram valentemente em pé durante 200 dias”. Segundo o presidente, eles são a razão de a Ucrânia permanecer em pé.

O presidente manifestou o agradecimento aos soldados, por arriscarem suas vidas ao longo de mais de seis meses, independente da temperatura (que, no período, variou de -15°C a 35°C), da hora ou do dia, se era um dia comum ou feriado, “apesar do cansaço, da tensão e do perigo”.

Zelensky ainda expressou agradecimento individual às tropas terrestres, por seu “valente e desinteressado trabalho”; à Força Aérea, por “repelir com êxito o inimigo” na região de Donetsk e às forças navais.

A Ucrânia reivindicou um de seus principais êxitos desde o início da guerra, quando o Ministério da Defesa anunciou no sábado (10), que tropas registravam avanços na região de Kharkiv.

Conforme o presidente, a Ucrânia destruiu mais de 2 mil tanques, 4,5 mil veículos de combate blindados, 250 aviões e 200 helicópteros russos desde fevereiro. No discurso, o líder também afirmou que as Forças Armadas destruíram mais de mil sistemas de artilharia, mil drones, 15 navios e barcos e “milhares de outras peças de equipamento inimigo”, segundo a agência espanhola Efe.

Zelensky anunciou que as tropas ucranianas recuperaram o controle da cidade de Izium, onde Kiev lidera uma contra-ofensiva que quebrou as linhas russas e libertou cidades como Balaklyaya e Kupiansk.

Segundo a agência italiana ANSA, Zelensky declarou que o leste ucraniano está em “apagão total” devido aos ataques russos, que revida à reconquista dessas cidades. O presidente também emitiu um alerta aéreo para todo a Ucrânia por conta da quantidade de ataques e explosões que estão sendo registrados. Conforme Kiev, os disparos estão sendo feitos também por mísseis lançados do Mar Negro.

A comunidade internacional condena a invasão russa e tem enviado armamento para a Ucrânia e impôs sanções à Rússia em todos os setores, da energia ao desporto.

Conforme a ONU, já morreram 5.587 civis e outros 7.890 foram feridos devido aos ataques. A Organização das Nações Unidas, porém, alerta que os números são muito maiores e que só serão conhecidos ao fim do conflito.