Terça-feira, 17 de Junho de 2025

Bilhetagem eletrônica: um a cada cinco passageiros da VCG paga tarifa em dinheiro

2022-10-06 às 13:09

Desde 2006, a Viação Campos Gerais (VCG) adotou a bilhetagem eletrônica, quando foram extintas as cartelas de vale-transporte – que eram popularmente chamadas de “passe”. Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), desta quinta (6), o diretor de relações institucionais da VCG, Rodrigo Venske, fala sobre essa modalidade de pagamento, que foi implantada com vistas coibir o comércio paralelo de vales-transporte e desestimular a prática de assaltos aos coletivos, que circulam com menos dinheiro vivo em caixa.

Segundo o diretor de relações institucionais da VCG, hoje apenas cerca de 20% das passagens são pagas em dinheiro vivo. Esses 20% não incluem apenas a população flutuante – pessoas que vêm de outros municípios, ocasionalmente, a Ponta Grossa e usam ônibus. Muitas pessoas que moram por aqui e poderiam ter o bilhete eletrônico, por várias razões, como andar de ônibus apenas de vez em quando, pagam em espécie.

A VCG busca, há 16 anos, conscientizar o usuário a adotar a bilhetagem eletrônica para diminuir o numerário no transporte coletivo. “Há algumas semanas, tivemos o Dia do Passe Livre, que privilegia o bilhete eletrônico, porque a regra é que ninguém paga a passagem desde que gire a catraca com algum cartão eletrônico, como uma forma de incentivarmos as pessoas a usarem essa modernidade, porque o transporte coletivo precisa se modernizar”, ressalta.

Venske aponta como uma das vantagens do uso do bilhete eletrônico a agilidade no embarque, uma vez que enquanto o passageiro recebe o troco, se forma uma fila. “Nossa ideia é sempre dar o máximo de agilidade possível. Em grandes cidades do mundo, já existe até o transporte sem roleta, com sistemas de reconhecimento facial que fazem a cobrança”, ilustra.

Tarifa diferenciada

“Alguns municípios, para incentivar o uso do cartão, em detrimento do dinheiro, fazem tarifa diferenciada. Se poderia, por exemplo, fazer, em Ponta Grossa, duas tarifas: R$ 5,50 para quem paga no cartão e R$ 6, para quem paga em dinheiro”, sugere.

Ponta Grossa chegou a adotar a tarifa diferenciada em maio de 2013, quando houve um corte no ICMS sobre o diesel usado no transporte coletivo. Na época, a tarifa custava R$ 2,50. Quem pagava a passagem com o cartão recebia um desconto de R$ 0,10 e pagava R$ 2,40. Na época, cerca de 65% dos passageiros usavam o sistema eletrônico. Logo, a tarifa foi equiparada para os dois tipos de passageiro.

A tarifa com desconto visa incentivar o usuário recorrente de ônibus, que ainda paga em dinheiro, a adotar o cartão de transporte. “Vamos pensar naquele funcionário que trabalha por dia e recebe o vale-transporte por dia ou por semana e acaba preferindo pagar em dinheiro. Se ele pagasse antecipado, tendo um desconto, geraria um benefício também”, observa.

Segurança pública

A adoção da bilhetagem eletrônica tinha como objetivo, também, reduzir a ocorrência de assaltos aos ônibus do transporte coletivo, o que não se confirmou. Os roubos ainda são frequentes, mesmo que os ônibus circulem com menos dinheiro em caixa em função da bilhetagem eletrônica e de outras medidas de segurança que a VCG procura tomar, como os acertos parciais ao longo da escala de trabalho dos cobradores.

“Temos feito um trabalho importante, com a Polícia Militar. Na semana passada, tivemos a visita de dois policiais do comando de Ponta Grossa, para discutir situações que envolvem segurança pública e temos observado uma diminuição importante [de assaltos]”, comenta.

Venske agradece à PM e à Guarda Municipal pela atuação para coibir os roubos aos ônibus que, segundo ele, têm ocorrido com muito menos frequência do que se observava no passado.

Confira a entrevista na íntegra: