Domingo, 25 de Maio de 2025

Presidente da FMS e coordenadora de imunização explicam o que motivou o vencimento de quase 6 mil vacinas contra Covid-19 em PG

2022-10-26 às 17:44
Presidente da Fundação Municipal de Saúde, Juliane Dorosxi

Durante fala na tribuna da Câmara Municipal de Ponta Grossa, na sessão ordinária desta quarta-feira (26), a presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Juliane Dorosxi Stefanczak, e a coordenadora de imunização, enfermeira Stela de Souza Godoy, explicaram o que motivou o vencimento de 5.970 doses doses de vacinas contra Covid-19 no município.

Segundo a enfermeira, o município segue os planos estadual e nacional de imunização e que precisaria de um estudo científico para baixar a faixa etária dos grupos elegíveis para o recebimento de vacinas contra a doença e que, por esse motivo, a aplicação da 4ª dose teria estagnado na faixa dos 40 anos. “A gente está trabalhando, mas é importante falar que estamos trabalhando dentro daquilo que é legal e que protege os funcionários e servidores. Acima de tudo, a vacinação é um processo científico, não resolvemos baixar a faixa etária sem conhecer os eventos adversos, que vão desde síndrome gripal, paralisia, febre, qualquer coisa que venha a acontecer que a pessoa tenha a saúde diminuída por causa da vacinação”, declara.

Agora, as quase 6 mil doses de vacina vencidas aguardam avaliação do Ministério da Saúde, que deverá decidir se os imunizantes poderão, ou não, ter a data de validade prorrogada.

Questionamento

Após a fala da coordenadora, os vereadores fizeram uma série de questionamentos.  Joce Canto (PSC) pontua que, em entrevista a uma emissora de televisão nesta quarta-feira (26), a presidente da FMS teria afirmado que a ampliação da faixa etária não ocorreu devido à denúncia da vereadora, porém questiona a ‘coincidência’ da divulgação da nova etapa de vacinação justamente no mesmo dia que o caso tornou-se público na Câmara.

“Segundo o documento que foi entregue para a CPI da Saúde, essas doses foram fabricadas no dia 8/11/2021 e perderam a validade no dia 7/05/2022. Então elas estão vencidas, já perderam a validade uma vez, estão vencidas, sim. Eles estão esperando uma nova autorização e, se o Ministério da Saúde não der, elas vão vencer de novo. Ou seja, esse governo é incompetente, porque o Ministério da Saúde já deu autorização, eles tinham a vacina disponível na geladeira, por que não aplicaram?”, indaga.

Joce Canto ainda convidou a prefeita Elizabeth para prestar esclarecimentos para a população na CPI da Saúde. “Enquanto tá vencendo vacina, a prefeita está fazendo campanha. O povo está sofrendo. E  prefeita vai ter oportunidade de vir aqui, amanhã, na CPI da Saúde, porque ela foi convidada, pode explicar tudo o que está acontecendo na Saúde”, diz.

Em resposta, Juliane Dorosxi reforça que necessitava de um estudo científico para ampliar os grupos de vacinação. “Eu sempre vou respeitar a parte técnica. Quando a gente precisa baixar a faixa etária, precisamos de um estudo técnico, temos que atingir 80% da vacinação. Estamos trabalhando sério, nossos funcionários não são incompetentes, se tiver que baixar a faixa etária, vamos baixar com segurança. Essas doses que ficaram lá não é culpa nossa porque, por isso estamos aqui e é nossa preocupação, têm muitas pessoas que não estão aderindo às vacinas”, pontua.

Já o vereador Dr. Erick (PSDB) destaca que é necessário entender o contexto da situação. “As doses estão vencidas, mas precisamos entender o contexto. O município não tem o respaldo e fica refém da política nacional, vejo na prática pessoas que ainda não se vacinaram por desinformação, por acreditarem em mentiras”, enfatiza.

Comparação com outras cidades que baixaram a faixa etária

Durante a discussão, os vereadores ainda questionaram porque outras cidades do Paraná e do Brasil reduziram a faixa etária da 4ª dose e Ponta Grossa não. “Cada população tem uma diferença, o que vai fazer com que a gente baixe a faixa etária são os eventos adversos. Lá em Maringá eles fizeram esse estudo técnico para aí sim tomar essa decisão. Cada município tem a sua particularidade”, reforça Juliane.

A presidente da FMS ainda completa. “Temos ciência de que temos que melhorar na Saúde. Com relação às vacinas, eu não vejo como uma culpa, porque vou respeitar meus profissionais, para que a gente possa fazer com segurança para nossos pacientes, não vou colocar nossos CPFs em risco”, finaliza.

Para conferir a sessão ordinária na íntegra, basta clicar aqui.

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