Em participação no programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e Jonathan Jaworski, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta terça (8), a mecânica Elaine Strauski e o gerente geral Luiz Fabiano de Paula, da Gomes Centro Automotivo, falam sobre câmbio automático e carro elétrico.
Os carros elétricos ainda são pouco comuns no interior do Paraná, observa de Paula, se comparados a Curitiba, por exemplo. Os próprios pontos de recarga (ou de carregamento) para esse tipo de veículo ainda são pouco difundidos. Nos Estados Unidos e, principalmente, na Europa, os carros abastecidos com energia de fontes renováveis são uma tendência consolidada.
A Copel e a Itaipu Binacional lançaram em 2018 a primeira eletrovia do Paraná, na BR-277, que liga o Litoral a Foz do Iguaçu, com 11 entrepostos. Os quatro primeiros foram instalados no km-3 da BR-277, em Curitiba; em Paranaguá, também na agência Copel; em Foz, no Centro de Recepção de Visitantes de Itaipu e o mais próximo de Ponta Grossa, em Fernandes Pinheiro, no restaurante Anila (km 233 da BR-277). Nesses 11 eletropostos, a recarga é gratuita. Em Ponta Grossa, esses pontos de recarga já são observados em estacionamento de shopping.
Entre os modelos de carros elétricos disponíveis à venda no Brasil, há desde os mais básicos, como o Caoa Cherry iCar (custo aproximado de R$ 140 mil) até os de luxo, como o Mercedes AMG EQS 53 4MATIC+ (R$ 1,35 milhão). Segundo de Paula, o que eleva o preço de um carro elétrico em relação à sua versão com motor a combustão interna é o valor da bateria. “Esse sempre foi o desafio de introduzir o carro elétrico no nosso mercado: o valor, o descarte da bateria e o tempo de recarga dessa bateria. Não vou dizer que essas coisas inviabilizam, mas todo mundo já fica com um pé atrás”, observa o gerente geral da Gomes Centro Automotivo.
Autonomia
Outro desafio para o carro elétrico é a autonomia com um carga, levando-se em conta a pouca disponibilidade de pontos de carregamento. O Mercedes AMG EQS 53 4MATIC+, o modelo mais caro à venda no Brasil entre os elétricos, é também o de maior autonomia: 580 km. “A BMW já está comercializando, no Brasil, um modelo que tem 620km de autonomia. Abaixo, tem o Taycan, da Porsche [custo variável de R$ 629 mil a R$ 1,099 milhão, na versão Turbo]. Já tem, portanto, autonomia de viagem”, comenta Elaine.
Um aplicativo informa ao motorista quais são os pontos de carregamento mais próximos. “Existe a carga rápida e a lenta. Mas a carga rápida, se for usada muito frequentemente, vai diminuindo a vida útil da bateria”, acrescenta de Paula.
Recentemente, ele fez um curso de aprimoramento para recuperar baterias de carros elétricos, tendo em vista seu alto custo. O Toyota Prius é um dos pioneiros no segmento de carros híbridos – que funciona com combustível e com bateria. De Paula acredita que os veículos híbridos suprem mais à necessidade do brasileiro, por condizerem mais com a realidade local da escassez de pontos de recarga.
Câmbios automáticos
Os câmbios manuais nos automóveis estão, gradativamente, caindo em desuso, à medida que a maioria dos veículos saem de fábrica, hoje em dia, com a opção automática. “Se você for comprar um carro zero quilômetro, é difícil achar um manual, pois [o automático] já é uma preferência de mercado”, comenta Elaine.
A mecânica destaca que a expansão dos câmbios automáticos, há uns dez anos, seguia a mesma lógica hoje observada entre os carros elétricos: algo disponível, predominantemente, em carros de preços superiores em detrimento dos modelos populares.
De acordo com Elaine, a “desvantagem” do câmbio automático é que ele aumenta em torno de 15% o consumo do veículo, mas torna a direção mais prática. “É um conforto a mais que você vai ter, porque o câmbio manual, querendo ou não, dentro da cidade, a todo momento você está fazendo troca. O automático, o conforto dele é muito superior”, compara.
O câmbio automático demanda atenção para a troca de fluido, mas se o proprietário do veículo observar a periodicidade de manutenção, não vai ter dores de cabeça. “Vamos entender como se fosse o motor: você troca o óleo do motor para garantir maior vida útil, porque você não quer perder teu motor com 80 mil km. No câmbio automático é a mesma situação: a preventiva de trocar o óleo de câmbio vai garantir maior durabilidade, que vai durar mais de 200 mil km e a manutenção de câmbio é cara, sai a partir de R$ 5 mil”, adverte Elaine.
O ideal, recomenda a mecânica, seria fazer a troca do óleo de câmbio a cada 40 mil ou 60 mil km rodados. “O que acontece muito na nossa empresa é que o pessoal vem quando o carro já está com anomalia, quando está dando um ‘tranquinho’ na marcha e está ruim para engatar a ré. Ali, o carro já está mostrando que tem um defeito dentro do câmbio”, exemplifica.
Confira a entrevista do pessoal da Gomes Centro Automotivo na íntegra: