O intenso desabrochar das flores, típico da primavera, lança uma grande quantidade de pólen no ar, fator responsável por desencadear crises alérgicas em muitas pessoas, porque essa substância ataca a mucosa respiratória de muita gente. Entretanto, a primavera deste ano não está tão típica assim e tem ocorrido uma constante variação térmica, o que tem ocasionado resfriados mais frequentemente.
Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta terça (15), a médica alergologista Leilane Hoffmann comentou a respeito dos diversos fatores que podem provocar alergias, sejam elas do trato respiratório ou cutâneo.
A rinite, define a especialista, nada mais é que uma inflamação da mucosa nasal (rino = nariz + ite = inflamação). “Todo mundo pensa que rinite é só alérgica, mas existem outros fatores que vão causá-la. Se o paciente tem um resfriado, por exemplo, ele tem uma rinite viral. Se ele tem uma infecção por bactéria, uma rinite bacteriana”, diferencia.
Entre as rinites mais comuns está a alérgica – despertada pelo ácaro, poeira, pelos de gato ou cachorro, pólen de gramíneas – e a rinite irritativa ou vasomotora, causada por fatores que irritam o nariz. “Aí entramos na questão da mudança de temperatura. As mudanças bruscas servem como fator irritativo para o nariz; aí o paciente entra em rinite irritativa ou vasomotora. A mudança de temperatura tem influência, sim”, confirma.
Como a coriza é um sintoma comum entre a rinite, o resfriado e a covid-19, até os médicos, segundo Leilane, têm dificuldade em diagnosticar rapidamente de que se trata e precisa, portanto, observar outros fatores. “Se teve febre, não é nem rinite alérgica, nem a vasomotora; febre vai ser sempre sintoma de alguma infecção. Dor no corpo, mal-estar e falta de apetite geralmente indicam quadro infeccioso também”, compara a médica.
A “rinite da primavera” (polinose) é típica da região Sul, por seu clima Subtropical Úmido, e forma um quadro de rinoconjuntivite – com rinite e coceira nos olhos. “Na nossa região, tem muita plantação de azevém, uma planta que só cresce em clima temperado, uma gramínea que só tem aqui no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e em alguns lugares específicos. O azevém faz a florada dele e joga o pólen no ar e esse pólen é levado da zona rural pelo ar, que o traz aqui para a cidade”, ilustra. Por isso que, nos dias secos, os sintomas são mais fortes.
Dicas que podem reduzir os efeitos dos picos de polinização no ar: adotar óculos de proteção e máscaras na prática de caminhadas ao ar livre; não deixar roupas no varal em ambientes externos (elas trazem o pólen para dentro de casa e para perto das nossas narinas) e deixar janelas fechadas nesses horários de pico ou enquanto há muito vento, por exemplo.
Verão
Já no verão, o que mais causa incômodo aos pacientes da alergologista são as alergias cutâneas, como é o caso da dermatite atópica. “Um dos fatores que atacam a dermatite atópica é o suor. Tem pessoa que passa o ano todo bem, chega o verão e fica ruim. O suor acaba irritando a pele e fazendo as feridas da dermatite, que chamamos de eczema. Às vezes, na praia ou piscina, resseca muito a pele, porque o paciente fica no mar, na piscina, toma muito sol, não tem um cuidado com a pele e não tira a água do mar ou da piscina, que irritam, não hidratam”, comenta.
Confira a entrevista com a alergologista na íntegra: