Domingo, 18 de Maio de 2025

Autor de obras curiosas, artista espera poder expor suas esculturas em parques de PG

2022-12-06 às 16:31

Autor de obras curiosas, feitas em concreto, o Escultor; pintor e paisagista Mérison Luís Pinheiro dos Santos já tentou fazer com que suas peças decorassem alguns parques em Ponta Grossa, a exemplo de um jabuti, que fez sucesso no Lago de Olarias durante algum tempo, mas, misteriosamente, sumiu. O programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba) desta terça (6) recebeu o artista, que assina a restauração da Igreja Matriz Imaculada Conceição, em Teixeira Soares; pinta telas e vidraças com temas natalinos e possui esculturas em exposição em Aparecida (SP).

Em suas horas de folga, ele faz esculturas de concreto. Uma delas, de um jabuti pré-histórico, foi depositada às margens do Lago de Olarias e chegou a virar atração no local, com várias pessoas parando para tirar fotos. Quando ela foi retirada do local, Mérison sentiu como se sua escultura tivesse sido “sequestrada”. “Fiquei três dias sem saber onde ela estava”, comenta. A peça pesava cerca de 200 quilos.

Na época, ela surgiu tão misteriosamente quanto sumiu, menos de 24 horas depois de ser deixada no local. O artista conta que levou a escultura até lá numa carretinha e, como era o auge do período pandêmico, não quis levar durante o dia, para evitar tumulto. “Levamos durante a madrugada, por volta das 2h da manhã e ficou lá até as 16h do outro dia. Quando eu cheguei lá com a minha filha, que me ajudou a fazer, ela não estava mais lá e minha filha, que agora tem 10 anos, ficou em choque, desesperada”, lamenta.

A peça foi recuperada, mas tinha sido danificada, com uma das patas quebradas e o casco riscada. Mérison restaurou a peça, que agora é mantida em sua própria casa. “Tive uma proposta de colocá-la no Parque Vila Velha. O gestor me pediu para colocar lá”, revela. A preferência dele, no entanto, era que a peça ficasse exposta no Lago de Olarias, porque ele mora próximo dali, no Jardim Europa.

O artista comenta que pinta, todos os anos, presépios em vitrines de lojas e supermercados. A técnica, destaca ele, é a pintura feita pelo lado de dentro da vitrine, o que dá um acabamento liso e brilhante para quem observa o desenho de fora. “Desde os 10 anos sou autodidata, todos os trabalhos que realizo eu fiz sozinho”, conta.

Durante o ano, ele faz aerografia e murais nos comércios e, no final de ano, mantém viva uma tradição que vem se perdendo com o passar dos anos, que é a pintura de temas natalinos nas vitrines.

Mérison pintou uma versão bastante controversa, porém descontraída, do presépio, com uma atualização relacionada à era digital: São José registrava o nascimento de Jesus em uma selfie ao lado de Maria. Em sua conta no Instagram (@merisonpinheiro), é possível verificar muitas das vitrines com pinturas natalinas feitas por ele e “papais noéis”, com estilo cartoon, personalizados conforme os vários tipos de comércio que o contratam: de lojas de conveniência a academias, passando por lojas de materiais de construção. O artista procura dar sempre um semblante alegre a suas figuras natalinas.

Selfie controversa da Sagrada Família foi pintada na vitrine de um supermercado, para o Natal de 2014 – Foto: Mérison Pinheiro/Arquivo Pessoal

Multifacetado, Mérison também é escultor e, nesse momento, trabalha em uma estátua de Chico Xavier. “É uma encomenda que vai para uma instituição beneficente em Uvaranas”, conta.

Restauração

Ele passou três anos fazendo a restauração da Igreja Matriz Imaculada Conceição, em Teixeira Soares. A igreja é tombada como patrimônio cultural. No final do trabalho, quando a igreja foi pintada por fora, ele precisou lidar com as abelhas que montaram colmeia no beiral.

“O trabalho por fora foi uma pintura normal. Mas a interna, 80% da pintura da igreja é artística. O teto, principalmente. Tem que manter os tons. Diz o boato que a tinta era feita com clara de ovo, na época. Tanto que, se você subir lá em cima, onde quase ninguém tem acesso, você soprava e saía o pó da pintura”, descreve.

Confira a íntegra da entrevista com Mérison Pinheiro: