O Colégio Pontagrossense Sepam, entre terça (6) e quinta-feira (8), voltou a promover sua tradicional Cantata de Natal. As apresentações ocorreram nas janelas da instituição e abertas ao público. O evento envolveu cerca de 500 alunos da instituição.
Em participação no programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba) desta sexta (9), a coordenadora pedagógica Kátia Gisele Costa contou detalhes da cantata.
“Esse foi o 19º ano de Cantata, ou seja, no ano que vem vamos fazer 20 anos. Eu estou lá na Cantata desde a primeira. Quando iniciamos, não tínhamos o prédio novo da Educação Infantil, que é de 2013, 2014. As crianças ficavam nas janelinhas pequenas do prédio mais antigo e não era só naquela Rua Tiradentes, era também na General Carneiro. Era uma correria danada, porque ficávamos nas duas ruas”, relembra a professora Kátia.
A coordenadora pontua que a ideia, quando surgiu, vinha a calhar a coincidência entre o final do ano letivo e o período natalino e essa festa de encerramento foi a forma encontrada pela instituição para mostrar o trabalho desenvolvido junto às crianças e envolver os pais. Essa aproximação com a comunidade escolar, segundo a coordenadora pedagógica, contribuir para humanizar cada vez mais o trabalho.
“Quando acende a luz, quando abre a persiana e a criança está ali, é uma retrospectiva que passa na nossa cabeça e na dos pais. Vejo, hoje, nossa Cantata como uma comemoração que já não está mais ligada só ao final do ano letivo. É um espetáculo, é um evento da nossa cidade”, observa a coordenadora, que acrescenta que os espectadores já não se limitam mais aos pais de alunos.
De acordo com Kátia, cada noite de Cantata teve entre 160 a 180 crianças. Ela estima que cada uma das apresentações teve público de pelo menos 800 pessoas, uma vez que cada aluno geralmente vem acompanhado, no mínimo, dos pais e irmãos, mas são muitos avôs e avós que acompanham, além de moradores do entorno, que sequer possuem relação com os alunos.
“Consigo, sim, observar a sensibilidade das pessoas [dos espectadores], porque intercalamos as tarefas. É uma atividade grande, que envolve umas 80 pessoas, mais ou menos, trabalhando nisso. Todos os anos alguém é responsável por alguma coisa. Neste ano, eu estava na apresentação da festa, fazendo a locução, então não circulei tanto pela rua. Mas isso me dá a oportunidade de ficar observando. Neste ano, pusemos uma música do Roberto Carlos no repertório e tinha muita gente cantando junto”, destaca.
A coordenadora pedagógica do Sepam conta que seu envolvimento com a música surgiu ainda na infância. “Já cantei em coral, já participei de coral, já tive coral, já cantei em eventos e canto até hoje. Mas o ensaio das crianças é gostoso porque, lá pelo mês de agosto, escolhemos as músicas. Como hoje o colégio trabalha com o programa bilíngue, dividimos um pouquinho de música em português e um pouquinho de música em inglês”, descreve.
Essas músicas do repertório são reunidas num drive e dispostas para que as professoras executem nos intervalos, para as crianças já irem aprendendo. Mais ou menos em outubro, são reunidos os alunos dos 5ºs anos para gravar o repertório cantado, com o apoio da professora de música, e a professora de dança monta coreografias para cada uma delas. Em novembro, grupos menores de alunos participam dos ensaios e o coral inteiro é reunido cerca de uma semana antes das Cantatas, no ginásio, a fim de sincronizar os movimentos das coreografias.
Como as crianças não veem umas as outras nas janelas durante as apresentações, os movimentos precisam ser bem sincronizados. Porém, com os ensaios, na hora que se abrem as janelas, todas estão executando os mesmos movimentos. “Mas temos uma estratégia: do outro lado da rua, fica uma professora. Fizemos uma plataforma para isso”, detalha.
“A música desperta sensibilidade, espírito crítico, dá à criança noções de ritmo e de tonalização, de espera. A música coletiva desperta, nas crianças, essa sensibilidade que, às vezes, noto que os adultos acabam perdendo. Gosto muito de trabalhar música com criança por conta disso”, ressalta Kátia.
Confira a entrevista com a coordenadora pedagógica do Sepam: