Domingo, 22 de Junho de 2025

Projeto GGPEL: Estudo mostra que uso de telas para acalmar crianças pode desregular as emoções

2023-01-02 às 16:50

Não dá para negar que colocar um desenho animado ou oferecer um joguinho virtual é uma das formas mais rápidas de acalmar uma criança que está irritada. No entanto, usar essa estratégia com frequência pode ser um tiro no pé. É o que mostra um estudo publicado no periódico científico JAMA Pediatrics.

Pesquisadores da Michigan Medicine, nos Estados Unidos, mostraram que o uso recorrente de dispositivos como smartphones e tablets para acalmar crianças de 3 a 5 anos, quando elas estão chateadas ou em crise de birra, está associado ao aumento da desregulação emocional – e o efeito é ainda mais intenso em meninos.

“Usar dispositivos móveis para acalmar uma criança pequena pode parecer uma ferramenta inofensiva e temporária para aliviar o estresse em casa, mas pode haver consequências de longo prazo, caso seja uma estratégia calmante utilizada com regularidade”, disse a pediatra Jenny Radesky, que é especialista em desenvolvimento comportamental do Hospital Infantil C.S. Mott da Universidade de Saúde de Michigan e principal autora do estudo. “Particularmente na primeira infância, os dispositivos podem deslocar as oportunidades de desenvolvimento de métodos independentes e alternativos de autorregulação”, explicou.

Para chegar a esta conclusão, os cientistas analisaram 422 pares de pais e crianças de 3 a 5 anos, entre agosto de 2018 e janeiro de 2020, antes do início da pandemia de covid-19. Os pesquisadores analisaram as respostas dos pais e cuidadores sobre a frequência com que usavam dispositivos como uma ferramenta calmante e associações a sintomas de reatividade emocional ou desregulação durante um período de seis meses.

É possível perceber que uma criança sofre com a desregulação das emoções quando ela demonstra sinais como oscilações rápidas entre tristeza e excitação, mudança repentina de humor ou sentimentos e impulsividade aumentada.

Os resultados sugerem que a associação entre dispositivos calmantes e consequências emocionais foi particularmente alta entre meninos e crianças que já sofrem com hiperatividade, impulsividade e temperamento forte. Estas condições os torna mais propensos a reagir intensamente a sentimentos como raiva, frustração e tristeza.

Leia a matéria completa da Revista Crescer