Sábado, 24 de Maio de 2025

Professor explica crise de saúde entre indígenas Yanomami no Brasil

2023-01-23 às 17:54

Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e José Amilton, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta segunda-feira (23), o professor, especialista em História e Geografia e mestre em Gestão de Território, Pedro Crist, comentou sobre a crise de saúde entre indígenas Yanomami no Brasil.

A Terra Yanomami é a maior reserva indígena do Brasil. Nos últimos anos tem se registrado o agravamento na saúde dos indígenas, com casos graves de crianças e adultos com desnutrição severa, verminose e malária, devido ao avanço do garimpo ilegal. Somente em 2022, segundo o governo federal, 99 crianças Yanomami morreram – a maioria por desnutrição, pneumonia e diarreia.

“Os povos tradicionais, entre eles os povos indígenas, acabam vivendo uma situação difícil em praticamente todo o território brasileiro. Mas essa situação se agrava um pouco mais na região amazônica devido à localização geográfica, onde estes povos vivem em suas reservas e o número de indígenas naquela região é maior do que nas demais regiões brasileiras”, pontua o professor.

Neste contexto, há uma dificuldade maior do Estado se fazer presente nestas regiões. “O questionamento é: por que os aparatos do governo, polícia, exército, não chegam até lá e não atuam de maneira a evitar tudo isso? Por ser uma área de floresta é difícil de entrar naquela área, não tem como entrar com uma tropa, por isso é difícil inibir essas atividades de garimpo ilegal”, diz.

Desta forma, o garimpo é prejudicial porque causa a devastação da floresta, além da poluição da água com resíduos da mineração. “É utilizada a água do rio para remover os barrancos e a área que tem o minério, essa água acaba sendo contaminada com diversos elementos químicos, como o mercúrio. Os indígenas são completamente dependentes da água, seja para alimentação, pesca, fonte de alimento, tudo isso é contaminado. Em suma eles não têm como se manter naquelas regiões”, explica.

Para o professor, o governo deve intervir ampliando o efetivo de policiais e o uso de tecnologia para uma fiscalização mais concreta.

Confira a entrevista completa: