Janeiro termina e as férias escolares também. Para alguns alunos esse momento desperta inseguranças: será que o ano letivo será legal? Vou gostar dos meus novos professores e dos meus colegas de classe?
As dúvidas são naturais pelas incertezas sobre um novo ambiente e o que os espera nele. Porém, para algumas crianças e adolescentes a preocupação excessiva gera muita ansiedade e isso prejudica o bem-estar. “Essa ânsia faz com que a pessoa esteja diante de um acontecimento que a tira de uma certa constância, da zona de conforto. Por exemplo, todo domingo muitas pessoas são acometidas pela ansiedade pré-segunda, porque sabem que vão retornar aos seus locais de trabalho ou a sua rotina”, diz Rosa Mariotto, psicóloga e doutora pela USP.
“Tem crianças que são extremamente verbais, que falam o que sentem, são educadas para nomear os sentimentos. Algumas até já sabem o que é ansiedade. E tem crianças mais retraídas, que precisam achar um canalizador para se expressar, muitas vezes na forma física”, pontua Larissa Câmara, ludoterapeuta e psicóloga infantojuvenil.
Psicólogas explicam que a ansiedade nesse período é normal por muitos fatores. Três se destacam:
“A criança passa muito tempo com os pais, em ambiente seguro, conhecido, que sabe exatamente o que vai encontrar, e na volta às aulas tem que lidar com pessoas diferentes”, ressalta Larissa.
Identificar os sinais de ansiedade pré-volta às aulas é o primeiro passo. E, a todo o momento, o diálogo é a melhor ferramenta.
É preciso que os pais validem os desconfortos de seus filhos, pois são angústias reais. Minimizar pode intimidá-los e impedir que compartilhem as queixas no futuro.
A escuta sem julgamentos ajuda a descobrir os motivos de sofrimento. E só se trata a ansiedade efetivamente quando se identifica as suas causas —ter sofrido bullying na escola, dificuldades com os professores ou com o ensino, brigas com colegas de classe.
A participação da escola também ajuda na identificação desses problemas. É papel das instituições comunicar quando veem algo errado. Muitas vezes, a ansiedade também reflete no desempenho em sala de aula e dificuldades de aprendizados.
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