Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quarta-feira (1), a psicóloga Carolinne Montes Baptista falou sobre os transtornos de ansiedade e crises de pânico, sintomas e as formas de tratamento.

De acordo com a psicóloga, o Brasil é considerado um dos países da América Latina com maior número de pessoas com quadros de ansiedade e depressão, segundo a Organização Mundial de Saúde. “A gente pode fazer uma reflexão sobre isso. Qual o motivo? A própria instabilidade do país em termos econômicos e sociais, violência, corrupção, geram uma insegurança emocional”, pontua.

Ela pontua que existem pessoas que possuem mais tendência para apresentar ansiedade do que outras. Inclusive, ela afirma que hoje já é comprovado que existe um componente genético na questão da ansiedade. “A ansiedade vai se instalando sorrateiramente, normalmente por um acúmulo de estresse, são situações que você vai vivendo ao longo de meses ou anos, de se sentir pressionado, preocupado, a sobrecarga, não se alimenta direito, não dorme bem, tem uma rotina maluca, não pratica esporte, não se dá o direito de ter lazer, aí chega uma hora que transborda e vem a crise”, explica.

Sintomas

Os sintomas da ansiedade são diversos e variam de acordo com cada pessoa. “Começa com dificuldades para dormir, com insônia, sono interrompido, a pessoa pode apresentar sensação de tontura, taquicardia, formigamento nas extremidades das mãos e nos pés, respiração mais ofegante, náuseas, dor de cabeça, irritabilidade”, elenca.

Porém, é importante destacar que a ansiedade é caracterizada pela frequência dos sintomas. “Se todos os dias você tem algum desses sintomas, precisa ficar em alerta, porque pode vir uma crise. A crise é um pico de ansiedade muito alto, você passa mal e não consegue trabalhar. Aí você pode ter um ataque de pânico, é como se fosse uma ansiedade muito forte, um pico”, observa. “Muitas pessoas vão parar no hospital quando têm esses sintomas, porque acham que estão tendo infarto”, diz.

Já a Síndrome do Pânico é diferente. “É caracterizada pela presença destes sintomas de ansiedade e a pessoa não sabe dizer o motivo. Aí começa a passar mal do nada. Não é que não exista uma causa, na verdade são causas inconscientes, chamamos de gatilhos ocultos”, completa.

Como controlar?

No caso da Síndrome do Pânico, Carolinne enfatiza que, além de um acompanhamento com profissionais, o autoconhecimento e um estilo de vida saudável podem ajudar a minimizar os sintomas.

Além disso, outra dica que ajuda a controlar os sintomas de ansiedade é trabalhar com a respiração. “É você prestar atenção e focar no momento presente e procurar deixar a respiração mais lenta e mais profunda. Inspira o máximo que você puder e se possível, você conta mentalmente até onde vai a sua respiração. Depois solta lentamente todo o ar, e faz uma sequência dessas respirações, fazendo a contagem bem concentrada”, explica.

“Outra dica é respirar e prestar atenção em alguma imagem que está no seu entorno, levar o foco da sua atenção para algum lugar, um quadro da sua sala, fugir daquela sensação desconfortável e levar a mente para outro lugar”, completa Carolinne.

Acompanhe as redes sociais da psicóloga Carolinne Montes Baptista: @carolinne.psicologa 

Confira a entrevista completa: