Em depoimento prestado à Polícia Civil no início da noite de sexta (10), a suspeita pela morte de Doraci Kanayama, de 58 anos, Camila Mayumi Kanayama, de 26, filha da vítima, alegou que desferiu os golpes em legítima defesa. A bacharel em Direito disse que a mãe teria investido contra ela com um aparelho de choque (taser).
A jovem estava acompanhada de seu advogado quando prestou o depoimento. Camila disse, também, que sofre de transtorno de personalidade limítrofe (borderline) e bipolaridade. Negou ter vícios e diz que depende apenas dos remédios prescritos para o tratamento dos transtornos mentais, que são de uso contínuo.
A suspeita declarou à Polícia Civil que ela estava em casa com a mãe quando solicitou a ela que devolvesse o celular. Doraci teria dito à filha que elas precisavam conversar e que, em vez do celular, ela veio do quarto com uma máquina de choque em mãos.
“Falei: para, para, para. Tentei tomar dela, tomei o… [taser] dela e ela pegou uma faca, só que daí eu tomei a faca da mão dela”, relatou Camila, em depoimento. A jovem declarou que não sabe quantos golpes desferiu contra a própria mãe e argumentou que, momentos antes, tinha tomado uma injeção e que, por isso, não se recorda com detalhes do acontecido. Ela mostrou alguns cortes nas mãos e dedos, que teriam sido ocasionados quando ela tomou a faca das mãos da mãe.
Com um olho roxo e alguns ferimentos nos braços, a delegada questionou se eram provenientes da briga com a mãe, o que a jovem prontamente negou. Ela disse que o irmão chegou em casa e flagrou a situação, o que a teria deixado nervosa e perceber o que tinha feito.
A bacharel em Direito afirmou, ainda, que tentou prestar socorro à mãe fazendo massagem cardíaca e o irmão ordenou que ela saísse de cima da vítima e disse que era necessário acionar uma ambulância. Camila disse que o irmão a expulsou da casa mediante ameaça e que ela chegou a tentar ajudá-lo a resolver a situação como fosse possível. No entanto, o irmão teria passado a agredi-la, puxando-a pelo cabelo, para fora de casa e a espancou.
Camila declarou que não sabia exatamente quantos golpes nem que região do corpo da vítima ela acertou. A suspeita afirmou que chegou a perguntar, posteriormente, se a mãe tinha sobrevivido e se estava bem e foi nesse momento que teria sido informada da morte de Doraci. “Chorei bastante. Preferia mil vezes que tivesse sido eu, porque ela, pelo menos, era feliz”, disse.
A jovem negou que as duas tivessem algum outro episódio anterior de embate físico, mas alegou que a mãe batia nela quando criança, comportamento que ela atribui ao meio como a própria mãe foi criada e que foi reproduzido com os filhos. No entanto, negou que houvesse qualquer boletim de ocorrência anterior envolvendo agressão entre ambas.
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Com informações da PCPR
Confira abaixo o depoimento