Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e José Amilton, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta segunda-feira (13), o professor do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Isonel Sandino, explicou o que são áreas de risco e deu exemplos de duas localidades que podem apresentar prolemas futuros no município.

Sandino, que é pós-graduado em Geografia, Mestre em Ciências do Solo e Doutor em Geografia pela Universidade Federal do Paraná, afirma que estudos realizados desde 1990 pela UEPG apresentam o mapeamento destas áreas de risco no espaço urbano do município. Um exemplo clássico, segundo ele, é o bairro da Ronda, próximo à Prefeitura. “Para quem desce a Visconde de Taunay e observa o lado direito, ali é muito claro a declividade do terreno e a quantidade de casas e residências. Quando tem um processo de deslizamento, às vezes o solo em si não é o único fator determinante à ocorrência de processos como esse. Temos uma conjugação de fatores”, diz.

Além da declividade acentuada, o excesso de chuva é o principal fator que desencadeia os deslizamentos. O uso do solo também contribui para estes processos. “A população retirou parte da vegetação de alguns locais que, em muitos casos, é estabilizante do solo. Se tira a vegetação e coloca uma casa, a dinâmica da água não vai ser a mesma”, explica.

Outro exemplo é no Jardim Sabará, na ligação com o Verona. “Recentemente nós realizamos um estudo ali de um processo que chamamos de ‘rastejamento’. É um movimento muito lento do solo, vemos evidências disso na Rua Melvin Jones que liga os dois bairros”, pontua. Consequência disso são as calçadas cedendo, asfalto afundando e árvores inclinadas na encosta. “É um caso em que podemos ter problemas. Na medida do possível converso com a Defesa Civil, eles sabem desse problema, inclusive já foram feitas ações por parte do Poder Público para retirada de algumas pessoas daquela área”, enfatiza.

Cine Império e arroios

A título de curiosidade, o professor comenta sobre os arroios que passam por baixo das ruas do Centro de Ponta Grossa. Ele conta que verificou a existência de um arroio que passa por baixo de onde era localizado o Cine Império, demolido em 2014. “Fizemos um levantamento preliminar com fotos antigas da década de 30, onde não existia o Cine Império ainda, vimos pelas fotos que várias camadas de terra foram sendo colocadas naquele local. O Centro é totalmente aterrado e embaixo passam sim, diversos cursos d’água, todos eles canalizados”, observa.

Confira a entrevista completa: