Em entrevista ao Programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e José Amilton, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta sexta-feira (17), o delegado chefe da 13ª Subdivisão Policial, Dr. Nagib Nassif Palma, refletiu sobre a segurança pública e como a Polícia exerce o trabalho no contexto do tráfico de drogas.
Dr. Nagib afirma que o trabalho da Polícia Civil tem se intensificado, especialmente no último mês, devido ao aporte de novos delegados na região. “Fizemos várias operações na região, relacionadas à questão de drogas e roubos. Neste ano fizemos operações contra as drogas em Palmeira, Teixeira Soares, Imbituva, Jaguariaíva, Castro. Já estamos movimentando a região, porque não conseguíamos fazer por falta de delegados. Já começamos o processo que dará resultados daqui em diante”, argumenta.
Segurança pública
Questionado sobre o motivo da Polícia Civil focar nos pequenos traficantes e não especificamente nos ‘chefes’, o delegado destaca que cada órgão da Segurança Pública tem o seu papel e, por isso, desenvolve suas ações com focos diferentes.
O delegado observa que, infelizmente, o tráfico brasileiro está envolvido em um esquema internacional, ou seja, o país faz parte da logística que encaminha as drogas para os outros continentes. “Creio que a maior parte da droga que vai para Oceania e Ásia, certamente tem brasileiro envolvido, por conta da passagem. Existe uma estrutura de logística e distribuição nos portos para que essa droga saia da origem”, diz.
Um quilo da droga que sai do país de origem, como Bolívia e Colômbia por exemplo, a $ 1 mil dólares, chega no destino final custando de $ 100 a 150 mil dólares, exemplifica Dr. Nagib, que considera que o sistema “é uma estrutura”. Por isso, ao invés de focar nos ‘chefes’, o trabalho é realizado de forma a impactar a realidade local de cada cidade. “As polícias tem que ter aquela equipe especialista que tem que cuidar só disso, aí temos a Polícia Federal, o DENARC. Eu aqui vou cuidar das biqueiras, vou prender esse pequeno traficante, porque nessa pessoa, na nossa comunidade ele gravita todas os outros crimes que acontecem”, explica.
“O meu planejamento é voltado para cuidar, com todos os esforços, da nossa comunidade. Como? Mexendo com o pequeno traficante. E aquele usuário traficante furta, ele incomoda as pessoas nas praças, corre risco de avançar no seu carro, de fazer pequeno roubo que as pessoas não fazem B.O., causam sensação de ameaça. Os pequenos que causam a violência e afeta nós todos”, defende.
O delegado Dr. Nagib ainda completa que a função da Polícia Civil é tratar de situações urgentes que ocorrem na rotina do município. “Quando temos uma questão mais específica, temos a parte da polícia para atuar nesses âmbitos mais específicos, que seria correr atrás desse grandão lá no exterior. Muitas informações para chegar lá começam justamente no pequeno traficante. Sempre começa no pequeno”, conclui.
Confira a entrevista completa: