Em entrevista ao Programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e José Amilton, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quarta-feira (22), a técnica em enfermagem Ana Flávia Filus falou sobre os desafios da profissão.
Ana Flávia comenta que realizou uma especialização em Saúde Pública e desenvolveu o Trabalho de Conclusão de Curso sobre a saúde mental dos trabalhadores. Na pesquisa, ela constatou que o item que os profissionais da saúde mais sentem falta no ambiente de trabalho é de atendimento psicológico dentro do local de trabalho, durante o horário de serviço.
“A pessoa que trabalha o plantão de 12 horas não vai no psicólogo depois do trabalho, vai para casa dormir para poder trabalhar no outro dia. O profissional de saúde, tanto quem está na assistência do paciente, ou na recepção, cozinha, copa, é um ambiente muito estressante, que vai gerar uma sequela, porque você vai trabalhar com doença, com morte. Tem que estar bem porque o familiar que perdeu um ente querido vai procurar você na hora de reconhecer o corpo, por exemplo”, ressalta.
Desafios
Durante a pandemia, Ana Flávia conta que trabalhou todos os dias no Hospital Universitário, em plantões de 12 horas. “Não era uma gripinha. […] A gente pedia para que as pessoas ficassem em casa, porque o que a gente via lá dentro era muito assustador”, afirma.
A técnica em enfermagem ainda ressalta a importância da profissão para a sociedade. “Se a sociedade soubesse o peso de um profissional da enfermagem trabalhar 24 horas direto, o que isso causa na sociedade, possíveis erros, essa discussão do piso salarial nem seria levado em pauta”, diz.
Ela ainda completa. “Sem a enfermagem, o hospital não funciona”. “Hoje está muito diferente do que quando eu comecei na enfermagem, antes tinha que dizer “amém” pro médico e não podia questionar. Hoje, graças a Deus, mudou. Porque quem fica com o paciente é a enfermagem. Eu que vou ver o que paciente teve nas 24 horas, vou perguntar para o médico. Hoje é uma equipe que trabalha com o paciente, não é aquela visão que o médico faz tudo”, pontua.
Confira a entrevista na íntegra: