Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e José Amilton, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quarta-feira (8), três convidadas mulheres discutiram a importância do Dia Internacional da Mulher. A médica ginecologista e especialista em saúde sexual Adriana Lopes, a psicóloga clínica Aline Siqueira Martins e a professora Luciana Bernadete Maior Chaves debateram questões como autoconhecimento, valorização feminina e o papel da mulher na sociedade.
Adriana Lopes ressalta que o dia de hoje representa um marco de conquista na sociedade, mas que é preciso respeitar as mulheres em todos os outros dias do ano. “Não precisamos de só um dia de homenagens, um dia somente de carinho e presentes, claro que esse dia precisa ser ressaltado, mas precisamos desse carinho no ano todo”, enfatiza.
Quem compartilha do mesmo sentimento é a professora Luciana, que afirma que o dia da mulher “evoca as lembranças da vida de cada uma”. Para ela, um dos maiores desafios da mulher na atualidade é a autocobrança excessiva. “A mulher tem assumido muitos papéis e ela coloca que ela tem que exercer muito bem todos eles. Mãe, mulher, profissional, a própria questão da beleza, tudo isso é muito cobrado e o grande erro é quando ela fala no final do dia: não dei conta de tudo. Ela não pode se cobrar tanto, porque ela é um ser humano, com necessidades humanas, com essas dificuldades que ela tem”, opina.
Adriana pontua que outro desafio enfrentado pela mulher na sociedade é saber qual é o seu lugar e saber onde quer chegar. “A maior dificuldade ainda está em entendermos que nós precisamos ter confiança na gente mesmo. Percebo essa insegurança ainda trazendo a maior dificuldade para que a mulher possa chegar onde ela quer chegar e hoje ela pode”, enfatiza.
A solução é buscar conhecimento, “para que a gente saiba onde queremos chegar. Até quando vou aceitar essa exigência da sociedade da estética? Até quando isso seja importante para mim. Eu preciso entender que não é sobre o que os outros pensam sobre mim e sim como eu me vejo”, conclui Adriana Lopes.
Empoderamento
“Uma mulher empoderada vai empoderar todas as pessoas que estão com ela”, pontua Adriana Lopes. Já a psicóloga Aline Martins completa afirmando que “esse empoderamento não vem de fora, ele vem de dentro e aí precisamos lidar com as nossas questões internas, desenvolvendo o autoconhecimento, lidando melhor com as nossas inseguranças”, diz.
Segundo a psicóloga, o primeiro passo para o autoconhecimento é identificar “o que é meu e o que é do outro”. “Quais são os meus desejos, será que eu exerço a minha profissão porque eu realmente me encantei por aquilo e fui em busca daquilo que é meu? Aí surgem inseguranças, que é um dos sintomas da ansiedade, e aí a mulher consegue pontuar de forma mais eficaz e desenvolver aquilo que é próprio dela”, explica.
Igualdade
Dra. Adriana Lopes afirma que apenas 29% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres. “O que faz com que isso aconteça? Eu ainda acho que tem muito a ver com a insegurança do homem, porque a mulher tem habilidades, nós temos um olhar diferente, esse manejo de fazer uma coisa e já estar pensando na próxima”, observa. Já a professora Luciana opina que “temos que sair desse universo da competição, porque embora ela exista em todos os setores da vida, mas no ambiente familiar, onde se estabelecem todos esses conceitos e cultura, essa visão de mundo, acho que não há uma competição”, diz. Ela ainda finalizada. “Não queremos o lugar dos homens, queremos mostrar que temos capacidades e queremos o espaço que é de direito”, conclui.
Confira a entrevista completa: