Homenagem foi a palavra da vez na Universidade Estadual de Ponta Grossa, nesta quarta-feira (08). Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a instituição organizou atividades para professoras, servidoras e alunas, por meio da Pró-Reitoria de Recursos Humanos (ProRH), Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (Proex) e Hospital Universitário (HU).
O dia começou com música ainda no café da manhã, no Restaurante Universitário, e seguiu para o prédio da Reitoria, em seguida. Ao som de violino e saxofone, mulheres receberam bombons e mensagens de homenagem. A programação foi pensada pela equipe da Diretoria de Qualidade de Vida no trabalho. “Pensamos essa atividade como uma forma de deixar o dia delas mais doce”, conta Eliane Rauski, pró-reitora de Recursos Humanos.
Atualmente, 55% do quadro de funcionários, entre efetivas e temporárias, são mulheres. “São elas que fazem a educação. Estamos presentes, firmes e fortes, levando o nome a instituição sempre mais alto, através do trabalho burocrático, da sala de aula e das pesquisas. Estamos marcando a nossa presença no mundo”, destaca.
Dentre as apresentações musicais, também teve poesia. Mulheres presentes puderam ouvir poesias lidas pela escritora Renata Regis Florisbelo. “É uma atividade prática, é verbo, é agir, trazendo uma fala poética, fazendo com que as mulheres percebam a sua sintonia com a qualidade poética, que é sensibilidade, percepção aguçada ao seu redor e isso se conecta com a poesia”.
A ação poética acontece todos os anos no Dia da Mulher, por iniciativa da Academia Ponta-Grossense de Letras e Artes e Centro Cultural Professor Faris Michaele. “Aproveitamos para divulgar obras e autores locais e esse atendimento poético é uma conversa com as pessoas, para ver como elas estão, valorizando os atributos poéticos. Isso pode mudar o pensamento e a energia, pois a poesia não é somente estética, mas pode se tornar algo prático para o dia a dia”, completa.
Servidoras do HU também puderam aproveitar as homenagens do Dia da Mulher. Além de um café nos refeitórios dos dois Hospitais, a instituição ofereceu um workshop para fortalecimento do assoalho pélvico e reunião científica sobre saúde da mulher, além sessões de barras de access (terapia corporal, por meio de pontos terapêuticos).
Presença de mulheres
Dos 1887 professores e servidores da UEPG, 1027 são mulheres. Dentre elas, está Kássia Gonçalves, chefe do Departamento de Química. Professora da instituição há sete anos, ela comemora o fato de conviver com mulheres no ambiente de trabalho. “No nosso Departamento, a maioria são mulheres, então temos um protagonismo bem enfático com colegas e a gente reconhece o respeito pelas mulheres na área acadêmica, vendo elas tomando espaço em lugares de liderança”, destaca. Kássia também ressalta a valorização no trabalho. “Aqui as mulheres são sim respeitadas e valorizadas. As mulheres vêm tomando mais espaço no âmbito da Universidade e têm cada vez mais esse protagonismo aqui”.
A valorização não é sentida apenas por professoras. A acadêmica de matemática, Juliana Prique, está no terceiro ano e nota aumento da presença feminina no curso. “A maioria que faz matemática é homem, mas na minha sala a maioria é de mulheres e desde o primeiro ano pude ver que há bastante mulheres professoras na sala em projetos de extensão do meu curso”. Juliana citou os projetos organizadas por mulheres no curso, como a Olimpíada Ponta-Grossense de Matemática. “Hoje podemos ver que as áreas estão sendo ocupadas por mulheres e isso é muito motivador para que mais e mais ocupem espaços que antes eram de maioria masculina”.
Debate e exposição
O dia seguiu com arte e debate, no prédio da Proex. O público conferiu a inauguração da exposição “Olhares”, que reuniu quadros pintados por dezesseis artistas mulheres de Ponta Grossa e que compõem o acervo da Pró-Reitoria. A professora Leila Inês Follmann Freire, da Diretoria de Assuntos Culturais, destaca que o acervo de obras conta com mais trabalhos produzidos por artistas mulheres do que por homens. “Criar esta exposição é muito importante para mostrar que mulheres também produzem arte, que muitas vezes pode passar despercebidas em meio ao trabalho feito por homens”. A artista Silvana Passos, cujos trabalhos compõem a exposição, esteve presente na abertura. Para ela, espaços criados para artistas mulheres são importantes, pois “permite mostrar para as pessoas a contribuição que as mulheres podem dar à arte”.
Após a abertura da exposição, ocorreu uma apresentação de piano e canto, no Espaço Gabriel de Paula Machado, com músicas que homenageiam as mulheres. A programação encerrou com a mesa redonda ‘Mulheres, Olhares e Diálogos’, no Auditório da Proex, que contou com seis participantes para debater temas relacionados à vivência de mulheres sob diferentes perspectivas.
“Nós nos deparamos com o fato incompreensível de que, mesmo após tantos avanços, continuamos enfrentando altos índices de violência contra a mulher. Por isso, é importante que o debate de hoje seja marcante para a data”, comenta a pró-reitora de Extensão e Assuntos Culturais, professora Maria Salete Marcon Gomes Vaz, na abertura do debate. Ela destaca que a programação da Proex para o Dia 8 de Março não tem o intuito de ser apenas comemorativa, mas trazer reflexões sobre problemas que precisam ser superados.