Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quinta-feira (13), a educadora parental Patrícia Djikstra e a psicóloga Renata Martins debateram sobre a importância dos pais supervisionarem o celular dos filhos, para evitar o acesso a conteúdos impróprios e pessoas mal intencionadas, por exemplo.
A psicóloga Renata pondera que as pessoas só conseguem desenvolver habilidades se estão vivenciando aquilo no mundo real. “Para que a criança tenha várias habilidades, ela precisa viver, experimentar e para que ela experimente, os pais têm que proporcionar oportunidades para isso, e precisam estar presentes na vida dessas crianças, como a criança vai aprender a correr, andar de bicicleta, saltar, desenvolver algum esporte, se está presa dentro de casa, trancada no quarto, no celular?”, questiona.
A educadora parental Patrícia Djikstra orienta como as crianças de cada idade devem utilizar as telas, que incluem celular, tablet, computador e televisão. “Antes dos 2 anos de idade não é aconselhado dar telas para as crianças, dos 2 aos 5 anos a criança pode ter o contato de uma hora, de 5 a 8, 10 anos, são orientadas duas horas, e assim gradativamente”, diz reforçando que é necessário orientar os filhos sobre os perigos que existem na internet.
“Hoje a gente quer chamar atenção dos pais para isso, não é que não pode ficar no celular, a criança vai ficar, porque vivemos em uma era tecnológica, é difícil falar para um pai não dar o celular para o filho, porque os pais também ficam no celular. Mas se você dá, tem que supervisionar. Hoje precisamos caminhar para a educação digital, igual a gente educa a criança para atravessar a rua”, observa Patrícia.
A psicóloga Renata enfatiza que “é preciso resgatar as relações sociais, porque ali no social é que está o desenvolvimento saudável e global das pessoas, do ser humano. A gente ainda precisa do básico que é relacionamento, vínculo, olho no olho, toque, abraço, cheiro, conversa, ouvir a voz”, completa.
Incentivar a prática de esportes é uma alternativa para que a criança ou adolescente desenvolva um hobby saudável. “A criança tem que fazer algo que dê prazer pra ela, além do celular. O esporte, além de fazer bem para a saúde da criança, gera esse vínculo com outras pessoas. Acaba se tornando um hobby e hoje em dia a criança ter um hobby e gostar de alguma coisa de verdade, sem obrigação, é muito importante, principalmente nessa questão, é a criança ter vontade de largar o celular para fazer alguma coisa que ela tem vontade, de viver a vida real e ter atividades ativas”, complementa a educadora parental.
Jornada Conectando Famílias
No dia 18 de maio, Renata e Patrícia irão promover um evento chamado ‘Jornada Conectando Famílias’, que tem como foco as mulheres que são mães. “Nosso objetivo é primeiro acolher essas mulheres e mães, para que elas entendam sobre as emoções delas, dificuldades e responsabilidades que elas têm diante da maternidade. Vamos trazer informação a respeito da educação dos filhos, da presença, como elas podem ser mães mais presentes, mesmo tendo que trabalhar muito, e também falar um pouco sobre o uso das telas, perigos da internet, como prevenir isso, como ajudar as nossas crianças”, explica Renata.
Muito mais do que um evento com palestras, a jornada será um momento de reflexão e interação para as mães. “A maternidade é algo que a gente não nasce sabendo, ao contrário de quem acha que é instintivo, a maternidade, assim como qualquer outra habilidade na vida, também é algo que você precisa aprender, e não é falado sobre isso, por isso queremos trazer essa consciência com as mães. É uma semente do bem que a gente quer plantar nessas mulheres, costumo dizer que mães extraordinárias criam filhos incríveis”, completa a psicóloga.
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Confira a entrevista: