Quinta-feira, 19 de Junho de 2025

“Em geral, crianças têm de seis a dez infecções virais respiratórias ao ano”, diz pneumologista Dr. Helder Ribeiro

2023-04-27 às 15:50

Com a chegada do outono e do inverno, as doenças respiratórias se tornam mais frequentes na população, tanto em crianças como adultos e idosos. Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quinta-feira (27), o médico pneumologista Dr. Helder Vinicius Ribeiro comentou sobre as diferenças entre gripe, resfriado e alergia respiratória e como se prevenir.

Segundo o médico, geralmente, as crianças têm de seis a dez infecções virais respiratórias ao ano, que podem ser resfriados ou gripes. Um dos fatores que ajudam a explicar isso é que o sistema imunológico das crianças ainda está em desenvolvimento nesta fase. “Este número é normal, porque criança não sabe fazer etiqueta respiratória, não vai pedir para uma criança ficar lavando a mão toda hora, não vai pedir para uma não tocar a outra. Criança em sala de aula está sempre brincando, em contato próximo, é comum isso acontecer principalmente em época de mais frio”, explica.

Gripe, resfriado ou alergia?

Dr. Helder afirma que é bastante frequente o avanço de doenças respiratórias no inverno, principalmente em quem tem rinite alérgica. Geralmente, os sintomas da alergia respiratória são coceira no nariz, no olho, ouvido, garganta, espirros e coriza. “Nessa época é muito comum, porque como o próprio nome diz, é rinite alérgica, alergia à poeira, pólen de plantas, pelo de animais, mudança de clima, são coisas que podem ocasionar esses sintomas em quem tem alergia. Não é todo mundo que tem, mas é uma doença extremamente frequente”, enfatiza.

A alergia respiratória pode evoluir, em alguns casos, quando for associada com infecção respiratória, como gripe ou resfriado. “A doença viral inflama a cavidade nasal e os seios da face. Essa inflamação, tanto da infecção, quanto da própria alergia podem evoluir para uma sinusite e causar dor de cabeça, encher de secreção e ter que ir para o antibiótico”, explica Dr. Helder.

Já a gripe é uma doença bem mais intensa, com potencial mais grave do que o resfriado. “É causada por um tipo de vírus chamado influenza. E essa é uma doença que tem vacina da gripe, já está disponível pelo SUS e em clínicas particulares, que é uma vacina que ajuda a prevenir uma doença viral que tem potencial de ser mais grave, principalmente em idosos, pessoas com problemas de saúde mais graves, problemas pulmonares. É uma doença que te deixa de cama, dá febre alta, dor no corpo, deixa derrubado, tem potencial de causar uma pneumonia viral e fazer você ir para o hospital, podendo levar até a morte. Pessoas morrem de gripe no Brasil, EUA, mundo inteiro, todos os anos”, alerta. Por outro lado o resfriado é provocado por vários tipos de vírus e os sintomas são mais leves do que a gripe.

E qual a relação do frio com as doenças respiratórias? “O que causa uma infecção viral é um vírus que é transmitido de pessoa para pessoa, não é o vento frio que faz a pessoa ficar gripada. Esfriou, fechou janela, fechou porta, o ar não circula igual no verão, a transmissão de vírus num ambiente fechado é muito maior do que em um ambiente aberto”, informa o pneumologista. Desta forma, a orientação é deixar o ar circular nos ambientes, mesmo no inverno.

Para diferenciar as doenças respiratórias, o médico orienta a prestar atenção aos sintomas. “Geralmente infecções respiratórias por vírus, provocam algum tipo de dor: dor de garganta, dor de cabeça, dor no corpo. Quadros alérgicos não costumam dar dor e também não dão febre, se está com dor de garganta, dor de cabeça e febre, sabe que provavelmente não seja alérgico, e sim um vírus ou eventualmente uma bactéria”, diz.

Geralmente os sintomas de gripes e resfriados duram de cinco a sete dias no máximo, de acordo com o pneumologista. “Passado este período, tem que ser investigado para saber se teve alguma complicação, como sinusite ou até mesmo uma pneumonia, ou bronquite, que é muito comum em pessoas que têm quadro alérgico, pegar uma infecção viral e ter sintomas de bronquite”, ressalta.

Prevenção

Para se prevenir destas doenças respiratórias, a orientação é tomar a vacina contra a gripe, não fumar, ter uma rotina de sono adequada e uma alimentação balanceada. “O cigarro aumenta muito o risco de infecções respiratórias, seja pneumonia, gripe, resfriado, tuberculose, vale para o cigarro comum, palheiro e o cigarro eletrônico que está disseminando por aí, e que é pior do que o cigarro comum, vendem como seguro, mas é tudo mentira. Narguilé, a mesma coisa, uma hora fumando narguilé equivale a fumar pelo menos três carteiras de cigarro”, alerta.

Para saber mais sobre o trabalho do médico, siga no Instagram: @drhelderpneumo 

Confira a entrevista na íntegra: