O médico otorrinolaringologista, Dr. Rafael Santos, deu orientações sobre saúde nesta época do ano, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quinta-feira (25).

Durante o período que se aproxima do inverno é comum algumas pessoas apresentarem sintomas gripais e de ‘resfriado’. “O período de outono/inverno é caracterizado pela amplitude térmica e o clima ‘muito seco’. As primeiras orientações são para que as pessoas se mantenham hidratadas e manter sempre o ambiente aberto com a circulação do ar. Porque o ambiente fechado no clima frio é o que vai favorecer a disseminação das infecções virais entre as pessoas nesse período”, explica o Dr. Rafael.

Dor de ouvido em criança

Uma das principais preocupações dos pais, durante esse período do ano é com os ouvidos das crianças e evitar que elas tenham infecção nessa parte do corpo.

“Nessa época do ano, essa dor de ouvido geralmente é consequência de um quadro de gripe ou ‘resfriado’, ou até mesmo de uma rinite alérgica que se descompensou e isso faz com que se acumule um pouco de catarro no ouvido das crianças e a infecção na sequência”, explica o otorrinolaringologista.

“O que é importante nessas horas é que o pai e a mãe não se desesperem. A dor é muito forte e a criança pode ficar muito agitada, eventualmente deixa de comer e tem episódios de vômito. Nesse momento, é importante procurar a orientação de um ‘otorrino’ ou de um pediatra para que ela possa ser medicada de forma correta e se acalme com os medicamentos”, complementa.

Ele destaca que nem toda infecção no ouvido infantil se faz a necessidade do uso de antibiótico. Em grande parte dos casos, basta um ‘tratamento de suporte’ com analgésicos e a observação de um profissional qualificado.

Alergias como a rinite

Essas alergias, como a rinite, também são muito comuns durante esse período do ano e a mudança de temperatura é uma das grandes responsáveis por isso.

“São dois tipos de rinite que acometem à população geralmente, durante esse período. A rinite alérgica e a vasomotora [rinite não alérgica causada com a mudança de temperatura], ambas causam os mesmos sintomas: coriza, secreção nasal, nariz ‘trancado’ e coçando”, explica o Dr. Rafael. “O motivo que ocasiona esses sintomas, ao invés de ser uma infecção, muitas vezes é a exposição a alguns produtos ou ‘alergeiros’ [pólen, poeira]. Nós estamos vivendo um momento de clima seco, existe em suspenção no ar uma quantidade de partículas muito maior do que o habitual”, complementa.

Quando a rinite alérgica é proporcionada por algum produto específico ou até mesmo por animais, a principal medida é evitar o contato direto. “Quando a pessoa tem o pet e possui a rinite alérgica a animais, é necessário que esse animal não entre dentro da casa [principalmente nos espaços que a pessoa passa a maior parte do dia]. Esse tipo de cuidado infelizmente se faz necessário para quem tem este tipo de alergia”, explica o Dr. Rafael.

Busca por um profissional

Quando a pessoa possui rinite alérgica, ela já possui o conhecimento de em quais momentos do dia ou situações pode desencadeá-la. Quando são sintomas leves ocasionados por situações do dia a dia, a pessoa sabe que aquele sintoma vai desaparecer, porém quando os sintomas permanecem por mais de dois dias é importante a busca por um profissional.

“Quando esses sintomas persistem e você já está há quatro dias com eles e começa a desencadear um outro sintoma [febre, dor de cabeça persistente], é o momento de você procurara a ajuda profissional”, afirma o otorrinolaringologista.

Tratamento da rinite

“A rinite tem tratamento e cura. Eu costumo a dizer que ela tem três pilares de tratamento. O primeiro pilar é a identificação do que causa a alergia e procurar se afastar, isso é fundamental. O segundo é o tratamento sintomático, que pra grande maioria das pessoas que não possui uma rinite tão grave, o tratamento dos sintomas durante aquele período do ano em que eles aparecem é suficiente [através de medicamentos via oral, spray nasal com orientação do médico]. O terceiro pilar do tratamento seria a imunoterapia, que as pessoas costumam conhecer como a ‘vacina pra rinite’, que é o único tratamento que dá condição de curar a doença, porém esse é um tratamento que não é indicado para todas as pessoas [precisa da recomendação de um otorrinolaringologista ou alergologista]”, explica.

Confira a entrevista completa: