A educadora parental e consultora do uso de telas, Patrícia Djikstra, a psicóloga Renata Martins e a educadora e influencer Lolo Mongruel comentaram sobre educação infantil e divulgaram o evento ‘Três Mães, Um Propósito’, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta sexta-feira (26).
Propósito do projeto
O propósito que reuniu essas três mulheres foi a orientação e a ajuda na busca pelo conhecimento para que as mães possam entender e superar as dificuldades do dia a dia. “O projeto é como se fosse um abraço nosso nas outras mães. Nós queremos levar o nosso melhor e acolher essas mulheres, que às vezes estão cansadas e precisam de um estímulo, ou que não estão conseguindo tirar seus filhos da frente das telas um pouco, por exemplo. Fizemos um compilado do que todo mundo pode agregar e levar aquela mãe para uma noite, que derrame uma ‘chuva de coisas boas’ nela”, afirma Patrícia.
Cada uma delas atua de forma diferente no mercado, porém possuem em comum o fato de ser mãe. O projeto é uma forma de reunir o que elas de melhor podem oferecer, para orientar essas mães, que possuem realidades diferentes. “A maternidade é o propósito que nos uniu, cada uma em uma profissão e rotina diferentes, mas o nosso maior propósito com certeza é a criação de nossos filhos”, destaca Lolo Mongruel.
“O nosso propósito é trazer acolhimento para essas mães e orientação. Porque para ser uma boa mãe não basta só ter o amor e a intuição, muitas pessoas acreditam que apenas o nosso instinto será suficiente para a criação de uma criança. No entanto, é necessário conhecimento também, precisamos aprender a ser mãe. Muitas vezes no dia a dia, existem muitos dilemas e conflitos que essas mães vivenciam, e nós estamos buscando orientá-las”, complementa Renata Martins.
Equilíbrio no dia a dia
A dedicação aos filhos no dia a dia é muito importante, porém a mulher não pode se esquecer de si, durante esse processo, pontua Mongruel.
“A maternidade é um novo começo. Quanto mais você tem o autoconhecimento sobre a sua personalidade e seus gostos, você tem mais sabedoria para usar isso na tua vida”, afirma Lolo Mongruel. “Uma mãe só cuidará bem do seu filho quando ela estiver bem, então é necessário ter a ciência que colocar a maternidade como prioridade na vida, não significa você se anular”, complementa.
O autocuidado é importante durante o processo de equilibrar a maternidade com a vida pessoal. “Nas minhas palestras, eu sempre questiono quando foi a última vez que as mulheres fizeram algo pra si. Uma simples ida a um salão de beleza ou ao cinema. Claro que tudo isso necessita de uma rede de apoio, você precisa de ajuda, mas quando consegue equilibrar vários pilares da tua vida, você consegue ter uma maternidade mais leve”, explica Lolo.
“A maternidade traz muitos desafios e dificuldades. Se você ver a maternidade, como uma forma de crescimento e desenvolvimento de habilidades, que você também leva para a suas outras relações, até mesmo para o trabalho, você ‘vira essa chave’ e o processo passa a ser um momento de aprendizado e conexão”, complementa Renata Martins.
Superproteção
A superproteção é a insegurança dos pais manifestada em relação à independência dos filhos. Isso pode causar alguns problemas para o desenvolvimento dessa criança e influenciar no adulto que ela será.
“O perigo da superproteção é que ela vem mascarada como amor, e muitas vezes é validada pela sociedade. Porém a superproteção é tão negligente quanto a punição e o abandono, porque ela não está oportunizando que essa criança se prepare para o mundo”, destaca Renata Martins.
“Nós buscaremos informar, durante ‘Três Mães, Um Propósito’ a importância do equilíbrio, porque ele não é sinônimo de perfeição”, conclui.
Tempo na frente das telas
É comum as crianças passarem horas em frente a um computador ou celular, conforme comenta a psicóloga. Essa ‘virada de chave’ das gerações tem sido tema de debate entre os pais que não conseguem definir o que seria um tempo ideal, para que isso não seja maléfico para a criança.
“Quanto mais a gente fala sobre esse assunto, mais pessoas vão ‘virando a chave’ e isso é muito importante. A gente planta uma sementinha e quando aquela pessoa perceber que o seu filho está há muito tempo no celular, ela buscará chamá-lo para realizar outra atividade”, afirma Patrícia Djikstra.
A supervisão do tempo que a criança passa em frente às telas é importante para que não se perca o controle sobre essa situação. “Eu sempre falo que aquilo que você não consegue supervisionar, você tira o acesso. Para as mães que trabalham o dia inteiro, o ideal é elas levarem com elas os celulares. A não ser que essa mãe tenha alguém que possa confiar na supervisão do seu filho”, conclui Renata Martins.
Serviço
A ‘Jornada Conectando Famílias’ acontece dia 15 de junho, no prédio da ACIPG. Você pode acompanhar mais informações sobre o evento no Instagram das organizadoras:
Confira a entrevista completa: