O Partido dos Trabalhadores ajuizou na sexta-feira, 30 de junho, uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no Supremo Tribunal Federal, com o objetivo de frear a privatização da Copel, empresa que fornece energia para todo o estado do Paraná. O documento é assinado pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e atende demandas de deputados estaduais, como Arilson Chiorato, que vem realizando audiências públicas para esclarecer o assunto e tem alertado sobre os riscos da privatização.
A ação impetrada pelo PT tem como objetivo considerar como inconstitucional a Lei Estadual nº 21.272, de 24 de novembro de 2022, que torna iminente a venda das ações da Companhia Paranaense de Energia – Copel. O plano do governo paranaense é manter apenas 15% do capital social total da Copel e 10% da quantidade total de votos conferidos pelas ações com direito a voto de emissão da Companhia.
A Copel, maior empresa do estado, apenas no primeiro trimestre de 2022, gerou R$1,5 bilhão em EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), com um lucro líquido de 669,8 milhões de reais.
O PT busca a declaração de inconstitucionalidade da lei sob os argumentos de que a mesma possui vício de iniciativa, visto a violação ao devido processo legislativo e supressão do debate parlamentar a respeito do caso, além de violar o pacto federativo pela tentativa de interferência do Estado Paraná em direito de propriedade da União. Também, segundo a argumentação, a lei violaria os princípios constitucionais da razoabilidade, da proporcionalidade, da impessoalidade, da moralidade e da eficiência da Administração Pública (artigos 1°, caput; 5°, LIV; e 37, caput, da Constituição Federal), diante da incidência de grave lesão causada ao patrimônio e ao interesse público.
Não é a primeira vez que os parlamentares se posicionam contra a privatização da Copel. Em junho, uma comitiva formada por diversos representantes políticos do estado se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em busca de soluções para o problema. Na ocasião, Gleisi afirmou que a empresa não podia ser entregue ao setor privado e que “quem vai pagar a conta é a população paranaense que sofrerá com o aumento das tarifas”.
com informações da assessoria