Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2024

Em Londrina, Projeto Letramento Digital conclui 1ª etapa de capacitação a alunos da rede municipal

2023-07-04 às 08:36

Na tarde desta segunda-feira (3), foi realizado o encontro de encerramento das atividades da primeira turma capacitada pelo Projeto Letramento Digital, formada por alunos do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental de escolas públicas da rede municipal de Londrina. Inicialmente, a ação atendeu cerca de 80 alunos das escolas Professor Joaquim Pereira Mendes, Maestro Roberto Pereira Panico, Miguel Bespalhok e Norman Prochet. No evento de formatura, ocorrido na escola Maestro Roberto Pereira Panico, na região leste, a conclusão foi celebrada pela comunidade escolar e as crianças capacitadas puderam apresentar os projetos desenvolvidos a partir dos conhecimentos adquiridos no curso.

A solenidade contou com a presença da secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal, do coordenador-geral do projeto, José Augusto de Lima Prestes, que também é gerente de Governança e Compliance da Facti, do presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Alex Canziani, e da deputada federal Luísa Canziani, que trabalhou na articulação para viabilizar a realização do projeto em Londrina.

Foto: Emerson Dias / N.Com

O Letramento Digital é uma iniciativa inovadora que faz de Londrina um município pioneiro no Brasil ao receber primeiro o projeto, cuja finalidade é promover gratuitamente o desenvolvimento de atividades que estimulem habilidades digitais e a inclusão social por meio da educação tecnológica. Isso é feito com o despertar, nas crianças, do interesse por assuntos científicos referentes às Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) para a criação de soluções inteligentes e à docência.

A capacitação contou com a atuação de multiplicadores capacitados pela Facti, instituição responsável pela coordenação e execução do projeto. No total, foram 70 pessoas capacitadas para essa finalidade, qualificadas em um curso de 98 horas voltado ao desenvolvimento das competências técnicas e comportamentais essenciais para atender às demandas do mercado atual e acompanhar as tendências tecnológicas. Para o segundo semestre de 2023, a expectativa é de atender 36 escolas, alcançando de 700 a 800 alunos. O objetivo, até 2024, é capacitar cerca de dois mil estudantes da rede municipal.

Foto: Emerson Dias / N.Com

O Projeto Letramento Digital proporcionou às crianças uma experiência enriquecedora, repleta de descobertas que resultaram em grande aprendizado e integração significativa, envolvendo toda a comunidade escolar e proporcionando encontros proveitosos

As crianças das quatro primeiras unidades escolares atendidas em Londrina foram capacitadas, neste projeto-piloto, a partir de alguns temas, incluindo Criatividade e Inovação, Pensamento Computacional, Fundamentos de Programação, Estratégias Pedagógicas, e Robótica e Prototipagem, entre outros. A intenção foi trabalhar essa parte unificada a outras competências e saberes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como conceitos de eletricidade, robótica, astronomia, física e outros. Ao todo, foram 90 horas de capacitação, envolvendo uma série de materiais didáticos, tanto eletrônicos quanto físicos. Uma das ferramentas é uma placa – a Micro:bit – que permite às crianças produzir protótipos de soluções diversas.

Foto: Emerson Dias / N.Com

Para a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal, é fundamental que o poder público articule trabalhos voltados ao conhecimento científico para as crianças, dentre as diversas formas de tecnologias existentes, abrindo um universo rico de saberes e práticas. “Vejo os incríveis trabalhos aqui sendo mostrados e fico maravilhada com as tantas linguagens novas que essas alunas e alunos estão tendo a chance de aprender por meio desse valoroso projeto. Nunca fiz nada parecido com isso e a grande maioria dos adultos não tem conhecimento nessa área, então é uma iniciativa que abre portas no aprendizado de tecnologias desde a infância, faz as crianças pensarem, desenvolverem soluções e construírem projetos, trabalhando em equipe e colocando em prática os ensinamentos. É uma ferramenta libertadora e que gera excelentes resultados na evolução desses estudantes. Temos só que agradecer a todos que estão unidos fazendo isso acontecer”, apontou.

Foto: Emerson Dias / N.Com

O coordenador-geral do projeto, José Augusto de Lima Prestes, disse que os reflexos trazidos pelo Letramento Digital são extremamente positivos, bem como os retornos recebidos dos familiares dos alunos. “Iniciamos o projeto em Londrina, em julho de 2022, há cerca de um ano, desde o anúncio e lançamento, depois com as capacitações dos multiplicadores de conhecimento, até chegarmos à capacitação dos alunos do Ensino Fundamental. O resultado até aqui já é fabuloso. Feitas com muita união e a várias mãos, as ações permitem uma evolução da capacidade técnica da criança ao aprimorar seus aprendizados em diferentes disciplinas, mas também avançar em questões comportamentais e no desenvolvimento de capacidades socioafetivas e socioemocionais”, contou.

Prestes citou que há casos de várias crianças que depois do curso melhoraram sua postura e atitudes em sala de aula, em suas casas, no trato com os colegas, na comunicação e expressões, por exemplo. “Percebemos um efeito muito benéfico que não tinha sido planejado inicialmente, mas que vem ocorrendo naturalmente, uma melhora geral em vários aspectos. Acredito que tudo isso ajuda não apenas para o alcance de uma possível carreira tecnológica no futuro, mas também nutrindo conhecimentos que podem e devem ser usados em qualquer coisa que essa pessoa desejar fazer futuramente, seja em suas profissões ou para o desenvolvimento pessoal. Reforço que as sementes do projeto são criar um ambiente fértil para que os alunos busquem caminhos para a sua felicidade e plenitude, independentemente das escolhas”, destacou.

Foto: Emerson Dias / N.Com

A deputada federal Luísa Canziani ressaltou que muita gente atuou para que o projeto fosse realizado com êxito, concluindo a primeira etapa. O Letramento Digital foi uma iniciativa da Frente Parlamentar Mista da Economia e Cidadania Digital, que é um grupo suprapartidário de deputados federais e senadores que defendem questões voltadas à inovação e à tecnologia.

“Tivemos um projeto nosso que foi aprovado e hoje se tornou lei, incentivando a educação para o digital nas escolas, e Londrina é a pioneira recebendo o projeto piloto em primeira mão. Várias forças unidas trabalharam paralelamente impulsionando as ações de diferentes formas, cada qual em sua área e competência. Parabenizo a todos e agradeço pelo grande esforço, desde a articulação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, até as diferentes etapas realizadas. Queremos continuar com o projeto em Londrina e ampliá-lo para mais lugares, visando oportunizar projetos inovadores para que mais crianças e adolescentes tenham acesso ao conhecimento. A tecnologia muda gerações, transforma vidas e hoje a cultura digital é imprescindível no mundo todo”, afirmou a deputada.

Foto: Emerson Dias / N.Com

A diretora da Escola Municipal Maestro Roberto Pereira Panico, Thatiane Verni Lopes de Araújo, contou que o Letramento Digital é um projeto que somou com a proposta pedagógica da unidade, levantando uma série de possibilidades. “Trata-se de uma ação inovadora e transformadora de realidades no ensino público. A ideia de trabalhar metodologias e conceitos tecnológicos como o Design Thinking, de forma experimental e colaborativa, entre outros, capacita nossos alunos e é bastante enriquecedor, já que valoriza o pensamento científico, incentiva o trabalho em equipe e a resolução de problemas com estratégias. Tivemos 28 estudantes do 4º e 5º ano participando dessa primeira fase do projeto, e mais de 80% dos nossos docentes fizeram a capacitação para se tornarem voluntários, inclusive eu. Estamos projetando uma nova turma para o segundo semestre. Incentivo todos que puderem a também participar e ajudar a multiplicar os conhecimentos nas escolas, porque só tem a agregar”, analisou.

Foto: Emerson Dias / N.Com

De acordo com a professora Silvana Biazão Kern, da Escola Municipal Professor Joaquim Pereira Mendes, as ações vêm possibilitando materializar sonhos em unidades da rede municipal. “O projeto envolve a participação de docentes e voluntários, e neste projeto-piloto as crianças puderam ter contato com áreas de conhecimentos ainda inexploradas por eles. Só posso dizer que o resultado é fantástico e peço que todas as escolas solicitem e aceitem o projeto, quando possível. Faz a diferença na rotina escolar. E peço, também, que este investimento continue sendo feito em Londrina e em todo o Brasil”, pontuou.

Foto: Emerson Dias / N.Com

Já a professora Jessika Branco Phomeniuk Gouveia, da Escola Municipal Miguel Bespalhok, acrescentou que a multiplicação do conhecimento contou com professores, diretores e toda a comunidade escolar envolvidos, empenhados e engajados para que o Letramento Digital fosse aproveitado da melhor forma pelas crianças. “O comprometimento foi muito alto, as famílias ajudaram, então a participação foi ótima, bem como os benefícios trazidos pelo projeto em sala de aula”, citou.

Foto: Emerson Dias / N.Com

Por sua vez, a diretora da Escola Municipal Norman Prochet, Margarida Cândida Silva Lopes, falou que o impacto do Letramento Digital é de grande alcance, uma vez que estimula mudanças nos alunos dentro e fora da escola. “Esperamos que essa fase inicial seja apenas o primeiro passo de um trabalho que se consolide e só cresça em nossa rede municipal. Todos os organizadores e apoiadores do projeto merecem destaque e queremos que o ensino das tecnologias ajude as crianças e adolescentes a terem uma educação ainda mais completa”, comentou.

Foto: Emerson Dias / N.Com

Diversão e aprendizado – O pequeno Enry Cher Kaneta, de 10 anos, aluno da Escola Municipal Maestro Roberto Pereira Panico, foi um dos alunos que apresentaram os trabalhos desenvolvidos em equipe durante os encontros pedagógicos do Letramento Digital. Seu grupo criou o robô de emoções “Tobo-Fofo”, que possui corpo plástico externo feito com uma garrafa de refrigerante e, por meio de um circuito eletrônico e olhos luminosos de LED, é acionado para produzir diferentes expressões como os estados de felicidade, tristeza, surpresa e sono. O robô foi construído em conjunto por Enry, Davi, Manoela, Laura, Guilherme e Valentina.

“Foi muito legal e divertido criar o robô de emoções, produzido com a placa Micro:bit e outros materiais. Ele acende seus olhos conforme a expressão escolhida. Na parte interna, colocamos algumas pedras para equilibrar o peso dele e não deixar ele cair”, contou Enry e seus colegas de grupo.

Foto: Emerson Dias / N.Com

Os pais do garoto, que está estudando na unidade escolar desde 2022, Juliana Cher e William Kaneta, estiveram no evento de formatura da turma do Letramento Digital e prestigiaram todos os trabalhos apresentados no dia. “O Enry é um menino naturalmente muito curioso, que adora pesquisar e já gostava de tecnologia, mas voltada aos jogos e entretenimento. Nessa capacitação ele conheceu um lado diferente que está por trás e que ele não sabia, sobre programar e desenvolver coisas. Ele e seus amigos tiveram a chance de aprender e criar seus projetos, e esse estímulo do trabalho em grupo é muito benéfico. É muito legal ver o interesse deles em ciência e tecnologia, com conteúdos que os atraem bastante, e os trabalhos feitos são muito interessantes”, contou Juliana.

Foto: Emerson Dias / N.Com

Outro projeto apresentado pela mesma escola foi o JISBR Bit, robô cujo objetivo é divertir por meio do esporte basquete, e também construído com Micro:bit. O robozinho, feito com estrutura de papelão, movimenta os braços e tem uma mochila nas costas com uma pequena cesta de basquete onde é possível fazer cestas, que são contabilizadas em um placar eletrônico instalado ao lado. O trabalho foi produzido pelos alunos Benjamin, Ian Felipe, Júlio, Rafael e Samuel.

Evolução – A professora Naara Santos, da Escola Municipal Maestro Roberto Pereira Panico, que foi capacitada e trabalhou os conteúdos com os alunos, contou mais sobre as atividades, enaltecendo a iniciativa do Letramento Digital. “Os alunos vieram em seu período de contraturno, pela manhã, para fazer o curso e a experiência foi excelente. Eles aprenderam sobre desenvolvimento de soluções pelo Design Thinking e conceitos iniciais de programação com plataforma eletrônica, e foi impressionante como conseguiram aprender e realizar as experimentações tão rápido, já que a maioria possui facilidades com as tecnologias. No último módulo, de robótica, eles aprenderam a utilizar a placa chamada Micro:bit para desenvolver protótipos. Os projetos finalizados e apresentados hoje no encerramento foram feitos durante cinco aulas, eu os auxiliei nas etapas de execução, mas foi tudo pensado e planejado por eles”, enfatizou.

Foto: Emerson Dias / N.Com

Santos disse ter ficado muito contente em estar participando desse processo pedagógico. “Até me emociona enquanto educadora, pois também precisei aprender e estudar coisas novas que nunca tinha visto. É muito bonito acompanhar a evolução deles. Alguns alunos que tem dificuldade no aprendizado mostraram crescimento durante a capacitação, aprimorando o raciocínio lógico, o pensamento rápido e estratégico. Os trabalhos em grupo melhoraram e a experiência foi excelente para todo mundo”, completou.

Sobre o Letramento Digital – O Projeto Letramento Digital é executado pela Facti com o apoio da Positivo Tecnologia, por meio do Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação, uma área da Companhia com negócios dedicados à educação. A Facti é uma Instituição Científica e Tecnológica, competente para realizar projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e especializada em Serviços 4.0, especialmente de Análise e Monitoramento de Dados, Internet das Coisas, Saúde, Segurança da Informação e Varejo. Já Positivo Tecnologia, por meio do Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação, atua com negócios voltados à educação.

A realização do projeto se dá no âmbito do Programa MCTI Futuro, iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e com recursos do PPI da Lei de Informática coordenado pela Softex. Em Londrina, primeira cidade a recebê-lo, conta com o apoio da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Educação.

da assessoria