Sexta-feira, 23 de Maio de 2025

Ponto de Vista: Beto Preto avalia positivamente agenda com ministra Nísia no Paraná

2023-07-29 às 11:26
Foto: Ari Dias/AEN

Com exclusividade, o programa Ponto de Vista, apresentado por João Barbiero na Rede T de rádios do Paraná, na manhã deste sábado (29), entrevistou o secretário de Estado da Saúde e deputado federal Beto Preto, que avaliou positivamente a agenda da ministra Nísia Trindade, que visitou o Paraná nesta semana.

Beto Preto acompanhou a ministra em sua visita a Ponta Grossa, no início da semana e, depois, em Curitiba, esteve com ela no Congresso da Sociedade Brasileira do Progresso da Ciência (SBPC); depois, na entrega de mais um helicóptero ao serviço de transporte aeromédico.

O secretário também participou, com a equipe de Nísia Trindade, de uma reunião de sensibilização, com 326 municípios, sobre o programa Mais Médicos – 25 prefeitos ao vivo e outros 301 à distância.

Ainda na tarde de terça (25), dia em que o Ministério da Saúde completava 70 anos de existência, a ministra esteve na Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. “É uma emoção, porque todos os servidores da Central desceram para cumprimentá-la. Uma grande efusividade a presença da ministra, a primeira mulher a ocupar esse cargo. Tenho a certeza de que ela levou daqui as melhores lembranças”, avalia Beto Preto.

“Tivemos a oportunidade de falar com ela de vários assuntos, que nós temos muito cuidado aqui, no dia a dia, assuntos de financiamento de serviços. Nossa visão de diversos assuntos, que tocam, principalmente, no caixa, no tesouro do Governo do Estado”, comenta.

O secretário ainda acompanhou a ministra em seu retorno a Brasília, onde ambos participaram, na quarta, da Assembleia do Conselho Nacional de Secretários de Estado da Saúde (CONASS). Na quinta (27), participou de reunião da Comissão Intergestores Tripartite, reunindo municípios, estados e o Ministério da Saúde.

Mais Médicos

“Temos que continuar avançando essa questão dos médicos para Ponta Grossa, do programa Mais Médicos, é uma vitória. E tem outros médicos que podem vir”, diz.

No Paraná, entre todas as bolsas e ciclos, nesse momento, o programa possui 911 vagas, das quais cerca de 700 estão preenchidas. O secretário planeja multiplicar as vagas e chegar perto de 1,7 mil e priorizar médicos brasileiros, formados no Brasil, com o registro do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR).

“Vamos continuar trabalhando, porque esses colegas médicos vão para a atenção primária em saúde, vão ficar nas Unidades de Saúde mais distantes. Podem até ficar em unidades centrais, em municípios pequenos. Mas em municípios grandes e médios, eles vão trabalhar junto da população mais vulnerável, que precisa de atendimento e, muitas vezes, está sem cobertura”, destaca.

Na quinta (27), foram acolhidos 300 médicos do último ciclo do programa. Beto Preto destaca que, desse montante, 10% foram direcionados a Ponta Grossa.

“Em Saúde, não temos missão cumprida, não é igual outra política pública, como educação, asfalto. Saúde é algo que a gente não toca, é abstrata, mas está no corpo, no organismo de cada cidadão, de cada cidadã e, por isso, precisamos tratar isso com bastante cuidado e respeito. Fazer os exames de rotina, seguir as orientações dos médicos, das enfermeiras, das farmacêuticas e farmacêuticos, que dispensam remédios. Tudo isso faz parte de um processo de construção da saúde púbica para o cidadão paranaense e brasileiro”, analisa.

Tabela do SUS

O acréscimo de 20% sobre os valores da tabela SUS a internações de urgência e emergência tem feito o Paraná ser visto como modelo na gestão em saúde. Beto Preto afirma, ainda, que o governador Ratinho Júnior autorizou que seja feito um acréscimo de 150% sobre o valor da tabela SUS para cirurgias eletivas.

“Antes, pagávamos as cirurgias apenas nos mutirões, agora, vamos expandir isso, de maneira ordenada, para que todos os hospitais e prestadores de serviço filantrópicos e privados possam ter acesso a esses novos recursos. Inclusive, porque todos os insumos de um hospital, chamados mat/med – materiais médicos, subiram muito e no pós-pandemia não houve nenhuma recuperação desses valores”, explica.

A estratégia da Secretaria de Estado da Saúde (SESA) é contribuir, assim, para que hospitais filantrópicos se mantenham de portas abertas. “Pense você que uma pessoa que tem uma cólica de vesícula, uma pedra na vesícula, tem uma dor insuportável. Onde que ela vai tratar isso? Na porta de um Pronto Socorro, na porta de uma UPA, para ser admitida num serviço desses. Ela não chega dando risada e contando piada. Chega com dor. Todo caso que vem com dor, na porta de um serviço de saúde é uma crise. Vivemos, na saúde, na porta desses hospitais, muitas vezes, diversas crises, todos os dias”, diz.

Beto Preto opina que, para que o Estado possa seguir contando com o apoio da rede hospitalar filantrópica, é necessário “remunerá-los de maneira mais decente e equilibrada e cobrando, de maneira proativa, que o próprio Ministério da Saúde faça sua parte, como vem fazendo, pontualmente, aqui e ali e entendendo que é necessário recurso do Orçamento Federal para essa finalidade”, diz.

O secretário critica a Emenda Constitucional 95, sancionada pelo então presidente Michel Temer, que congelou por 20 anos os orçamentos da Saúde e Educação e impôs uma série de dificuldades aos orçamentos públicos nessas áreas. “Precisamos nos unir em torno da saúde, porque precisamos manter aberta a porta da UPA, mas também precisamos manter aberta a porta do serviço de radioterapia. Trabalhamos com algo que não é tão complexo e, ao mesmo tempo, trabalhamos com situações que são muito complexas, como é o serviço de radioterapia, no tratamento da oncologia, por exemplo”, ressalta.

O secretário exemplifica que uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de nível 2, como a maioria das existentes no Brasil, recebe uma contrapartida de R$ 300 mil do Ministério da Saúde para se manter aberta. No entanto, pelos critérios do próprio Ministério, a manutenção de uma equipe mínima acarreta despesas de, no mínimo, R$ 1,5 milhão mensais para as Prefeituras.

“Veja, 20% são da conta do governo federal. Já há um aceno de dobrar isso para R$ 600 mil. Não é o ideal, mas é o caminho a ser percorrido. Temos que estar juntos, ajudando”, conclui.

Ponto de Vista

Apresentado por João Barbiero, o programa Ponto de Vista vai ao ar semanalmente, aos sábados, das 7h às 8h, pela Rede T de Rádios do Paraná.

A Rádio T pode ser ouvida em todo o território nacional através do site ou nas regiões abaixo através das respectivas frequências FM: T Curitiba 104,9MHz;  T Maringá 93,9MHz; T Ponta Grossa  99,9MHz; T Cascavel 93,1MHz; T Foz do Iguaçu 88,1MHz; T Guarapuava 100,9MHz; T Campo Mourão 98,5MHz; T Paranavaí 99,1MHz; T Telêmaco Borba 104,7MHz; T Irati 107,9MHz; T Jacarezinho 96,5MHz; T Imbituva 95,3MHz; T Ubiratã 88,9MHz; T Andirá 97,5MHz; T Santo Antônio do Sudoeste 91.5MHz; T Wenceslau Braz 95,7MHz; T Capanema 90,1MHz; T Faxinal 107,7MHz; T Cantagalo 88,9MHz; T Mamborê 107,5MHz; T Paranacity 88,3MHz; T Brasilândia do Sul 105,3MHz; T Ibaiti 91,1MHz; T Palotina 97,7MHz; T Dois Vizinhos 89,3MHz e também na T Londrina 97,7MHz.

Confira a entrevista na íntegra: