Terça-feira, 20 de Maio de 2025

“O limite do cartão de crédito não pode ser entendido como parte da sua renda”, assegura professor de Economia da UEPG

2023-08-03 às 14:48

O consultor de investimentos e professor do departamento de Economia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Vinicius Costa, abordou economia doméstica, dívidas e investimento, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta quinta-feira (3).

Economia doméstica

Um dos principais obstáculos das pessoas é possuir um orçamento que esteja dentro das suas condições financeiras, para não se endividar. O consultor destaca que o fator principal é a pessoa não gastar mais do que ganha. “A gente faz isso com organização, entendendo o que tem que gastar e o que nos traz prazer. Porém é necessário pensar no futuro, porque temos que entender que a nossa vida não acaba agora”, afirma. “É necessário seguir as regras básicas, que não é fácil para todo mundo, de não gastar mais do que você ganha, esse é um princípio fundamental”, acrescenta.

Ele também comenta que a maioria das pessoas, que acaba se endividando, abre exceções diversas vezes para essa regra. “Se você quebrar esse princípio o tempo todo, eventualmente você vai se enrolar e entrar em uma dívida. Após você entrar em uma dívida, todo mundo sabe que é mais difícil sair dela”, ressalta.

Armadilhas

O pensamento no futuro é essencial para seguir essa regra, segundo o professor. “A economia comportamental estuda muito isso, e o desconto hiperbólico nos traz que nós damos muito mais valor para o presente do que para o futuro”, aponta. “Ao invés de guardar um pouco para o futuro, acabamos querendo consumir tudo agora, porque o consumo nos traz prazer”, complementa.

Vinicius comenta que esse desconto hiperbólico faz com que você crie armadilhas que podem te prejudicar no futuro. “O pedido de uma comida por aplicativo, por exemplo, pode ser uma forma de preencher um vazio da sua vida pessoal ou algum outro problema”, explica. “Por causa desse desconto hiperbólico e valorização do presente, você vai criando armadilhas e argumentos para si que te fazem esquecer tanto o futuro quanto as suas contas”, acrescenta.

Segundo o professor, muitas pessoas preferem não olhar para o saldo da conta bancária como uma forma de fugir da realidade. “O afastamento do saldo da conta bancária é muito comum e é uma forma de não pesar a consciência de estar gastando”, destaca.

Cartão de crédito

O consultor ressalta que o cartão de crédito pode ser perigoso, quando não utilizado da forma correta. “Para quem sabe usar o cartão de crédito e consegue se controlar ele possui vários benefícios, porém se ele não for utilizado da forma correta e com organização pode ser muito perigoso”, assegura. “O limite do cartão de crédito não pode ser entendido como parte da sua renda”, pondera.

O parcelamento de produtos poder ser perigoso, quando não realizado de forma organizada. “Muitas vezes a gente não pensa no valor total, mas que o parcelamento cabe naquele mês. Porém no próximo mês, você já pega outra parcela e acaba esquecendo da anterior”, afirma Vinicius. “Nesse processo vai se criando uma bola de neve e quando você percebe não consegue pagar o valor da fatura do cartão de crédito, e ele tem os juros mais altos do mercado”, finaliza.

Serviço

Você pode conferir os conteúdos e entrar em contato com o Vinicius Costa, através do site.

Confira a entrevista completa: