A consultora de amamentação, Melina Wardil, abordou o Agosto Dourado, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta sexta-feira (4).

Agosto Dourado

O Agosto Dourado é o mês escolhido para conscientizar a sociedade sobre os benefícios do leite materno, alimento considerado ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Principalmente a primeira semana do mês é destinada ao incentivo à amamentação. Se fala muito do colostro, que tem essa coloração amarelada, como se fosse ‘ouro'”, explica Melina. “Ele é um alimento extremamente precioso, o melhor alimento do mundo, então tem essa conotação de Agosto Dourado para incentivar e promover a amamentação”, acrescenta.

Colostro e leite maduro

O colostro é um líquido espesso e amarelado, rico em anticorpos que desempenham um papel fundamental na imunidade e desenvolvimento saudável do bebê. “Ele é o leite presente logo após o parto, que possui características diferentes e é rico em anticorpos e extremamente importante para a saúde do bebê”, ressalta.

Após esse período, o colostro é substituído pelo leite maduro, que começa a ser produzido por volta do 25º dia e possui uma aparência consistente e esbranquiçada. Ele é composto por proteínas, gorduras, carboidratos e outros nutrientes. “Conforme o bebê vai crescendo e tendo uma necessidade diferenciada, vai existindo essa transformação do leite”, aponta.

Dificuldades na amamentação

As causas podem estar associadas à pega e posição da criança durante a amamentação ou ao uso de bicos de mamadeiras de silicone e de chupetas.

“Todas essas dificuldades que podem aparecer durante este período estão relacionadas a uma mesma questão, que é uma boa remoção de leite da mama da mãe, então é uma eficiência da mamada”, destaca. “Hoje, a indústria tem algumas ‘soluções’ para aliviar alguns sofrimentos, outras que eles dizem que podem ser positivos e ajudar a não empedrar o leite, por exemplo. Mas de fato, o que se precisa buscar é solucionar a causa do problema, e o meu trabalho é justamente ter essa visão integralizada de todo o funcionamento”, complementa.

Para superar essas questões, Melina comenta que existem diversas questões que precisam ser abordadas. “Como é um binômio, mãe e bebê, a gente fala que é como se fosse um encaixe ‘chave e fechadura’. Esse encaixe deve ser perfeito para não gerar uma lesão ou desconforto”, pondera. “É lógico que pode ter um desconforto inicial para uma mãe que nunca passou por essa experiência, mas a dor normalmente é um sinalizador que existe algo que não está adequado. Então a busca é justamente identificar onde está o erro, se é no posicionamento do bebê ou na pega que não está adequada”, explica.

O posicionamento errado na hora da amamentação é um fator que pode gerar lesão no local, e a instrução é o melhor caminho para esses casos. “Quando o bebê não faz uma abertura de boca ampla e a gente não coloca o seio de forma adequada, bem profunda lá na cavidade oral dele, ele vai pegar só a pontinha do mamilo e gerar lesão, por gerar uma tensão muito grande naquele local”, finaliza a consultora.

Confira a entrevista completa: