Em edição especial de Dia dos Pais do programa Ponto de Vista, levado ao ar pela Rede T na manhã deste sábado (12), o apresentador João Barbiero trocou de lado na bancada e foi entrevistado pela filha, a cantora Giovanna Barbiero.

Aos 14 anos, a jovem experimentou, de forma leve e descontraída, uma nova vertente, ao comandar um bloco do programa semanalmente apresentado pelo pai. “Que emoção ter a filha me entrevistando. Homenagem melhor não poderia ter para o Dia dos Pais”, disse o papai-coruja.

A comunicação, segundo Barbiero, é um talento que se desenvolve e se aprimora. De certa forma, ele atribui essa capacidade ao fato de ter estudado, por algum tempo, em seminário. “Ter convivido em seminário me deu senso de liderança”, explica. A facilidade para a oratória seria, também, herdada do pai, Arlindo, que era prefeito da cidade de São Domingos (SC), quando ele nasceu. “Acho que desde pequeno, desde nenê, vivo nessa questão de estar entre as pessoas, na vida pública, de comunicação”, comenta.

O desafio de passar uma mensagem à frente para tantas pessoas ainda é, para ele, o que o alimenta de “adrenalina”. “Quando faço meu programa de rádio, na co-irmã da Rádio T [a Rádio Lagoa Dourada] e também aqui na T, passa uma hora depois e a gente ainda fica com a adrenalina a toda. A comunicação feita com paixão te deixa à flor da pele e vira um ponto de referência das pessoas, que confiam em você e querem que você seja porta-voz delas”, acrescenta.

Barbiero titubeia um pouco quando a filha, Giovanna, pergunta a ele qual era o maior sonho quando tinha a idade dela, 14 anos. “[Basquete] até jogava, brincava. Ser médico, acho que não, nunca sonhei. Bombeiro, piloto, jogador do futebol, enfim, aquilo que é o sonho de todo adolescente, ser músico. Não consigo me remeter ao passado assim e buscar isso”, resume.

“Sempre fui muito desbravador. Depois, um pouco à frente, já comecei a ‘inventar moda’: tinha alguma coisa diferente, já queria fazer. Me lembro que era bem novo quando cheguei a Ponta Grossa e, nos Estados Unidos, tinham lançado aquelas lavanderias rápidas. Um amigo morava nos EUA, me mostrou aquilo e eu falei que ia fazer aqui. Comprei um monte de máquinas de lavar e me endividei todo”, relembra sobre as aventuras como um jovem empreendedor. “Só dava prejuízo. No primeiro mês que deu lucro, logo chegou um cara, com uma jaqueta de couro, do Hard Rock Cafe, que tinha estragado. Se foi o lucro e mais um pouco”, prossegue.

Ao falar sobre o que mais gosta e o que menos gosta na profissão de comunicador, cita que gosta da “encrenca”, isto é, quando precisa se posicionar veemente em defesa de algo. Um exemplo citado por ele foi o de um polêmico projeto de lei, protocolado nesta semana por um vereador da Câmara Municipal de Ponta Grossa, que pretende vetar a distribuição de marmitas em praças e ruas. “Me revoltei, me deu vontade de falar e eu não tenho medo. Quem tem razão vira leão e a comunicação tem que ser essa ferramenta de falar em nome dos outros”, diz. Já o que ele afirma menos gostar é quando a entrevista não rende, seja pelo assunto ou pela fonte, que não consegue desenvolvê-lo.

Como cantora, Giovanna não poderia deixar de perguntar ao pai qual estilo de música ele mais gosta. João Barbiero observa que a música o acompanha em sua rotina, mas que o estilo varia conforme seu humor. “Tem dias que quero [ouvir] rock, tem dias que quero pop. Ontem mesmo, voltando do aeroporto, de Curitiba a Ponta Grossa, vim escutando rock nacional: Capital Nacional, Lobão. Mas sou extremamente eclético”, frisa. A adolescente ressalta que talvez tenha “puxado” esse traço do pai. “Tudo varia conforme o momento. Tem dias que vou tomar um banho e quero escutar MPB”, acrescenta. Giovanna “denuncia” que o ecletismo do pai vai desde ouvir clássicos do rock, como Queen, com a irmã mais nova, até algo mais contemporâneo, como The Weeknd, artista do pop, do R&B, do soul e do eletrônico, quando está com ela. “Música é estado de espírito”, resume o comunicador.

Paternidade

Filho de uma família numerosa, de cinco irmãos, João Barbiero confessa à filha adolescente, durante a entrevista, que já chegou a pensar em adotar. “Nunca tinha falado isso para você e talvez tenha tempo ainda: sempre tive vontade de adotar uma criança. Talvez por isso que eu viva intensamente a adoção que o [jornalista] Eduardo Vaz, nosso diretor, nosso amigo, vive com o filhinho dele, o Henrique”, revela. A experiência do amigo e braço direito com o filho afetivo o ajudou a compreender ainda mais essa vontade.

Pai de duas meninas, ele afirma que nunca manifestou preferência de que nascessem meninos ou meninas. “Minha mãe, dona Inês, sempre dizia assim: ‘que venha com saúde’. E era isso que eu pedia. A felicidade de ter vocês é tudo para mim”, afirma.

“Resumo como amor verdadeiro. Não tem outra palavra que conceitue o pai e a mãe para um filho. O pior de tudo é que a gente só percebe isso mais para frente”, comenta Barbiero, ao tentar definir a experiência da paternidade. Questionado sobre em que aspecto ele poderia tentar melhorar como pai, Barbiero menciona a falta de vivenciar mais de perto a rotina das meninas, algo talvez limitado pela rotina profissional e pela agenda pública. “E não ser tão chato. Sinto que sou chato”, emenda.

O empresário e comunicador, com passagens pela Band Paraná, TV Educativa e TV Vila Velha, além de emissoras de rádio no Paraná e Santa Catarina, já desempenhou cargos na vida pública, tendo sido secretário de Esporte e Turismo do Estado do Paraná; vereador em Ponta Grossa e, ainda, secretário de Assistência Social e de Governo do Município de Ponta Grossa. Hoje, apresenta os programas Manhã Total, que vai ao ar de segunda a sexta pela Rádio Lagoa Dourada FM, e Ponto de Vista, aos sábados, pela Rede T, para todo o Paraná. O diretor-presidente do Grupo D’Ponta Mídias e Consultoria e autor do livro “Morri pela Metade, Renasci por Inteiro” é pai de Giovanna (14) e Graciela (9).

Ponto de Vista

Confira a entrevista na íntegra: