Terça-feira, 19 de Agosto de 2025

Adriane Colaça aborda benefícios e mitos sobre o leite animal

2023-08-18 às 14:12

A nutricionista, Adriane Colaça, comentou sobre os benefícios e mitos do leite animal, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta sexta-feira (18).

Leite animal e alguns mitos

A população possui o hábito de consumir leite de origem animal, desde a infância. A nutricionista comenta que existem algumas pessoas que possuem intolerância à lactose e também destaca que nos últimos anos alguns mitos sobre o leite animal surgiram na internet, o colocando como inflamatório para os seres humanos.

“Não existe pesquisa científica que coloque o leite como um alimento inflamatório. Esse mito é muito mais observacional, então ele está sendo disseminado na internet com este critério, porém não é científico”, explica. “Existem alguns indivíduos que são alérgicos à proteína do leite de vaca, e também pessoas que não possuem a enzima lactase para processar a lactose que é o açúcar do leite”, acrescenta.

‘Vilão ou mocinho?’

Ela também ressalta que não existe como afirmar se o leite é ‘vilão’ ou ‘mocinho’ na alimentação das pessoas. “Isso depende de onde ele está inserido e qual é o contexto do indivíduo metabolicamente”, pondera. “Nenhum alimento isoladamente pode ser considerado inflamatório, esse termo utilizado nos dias de hoje, que tudo pode ser considerado inflamatório, é uma ‘besteira’. A dieta total pode ser mais ou menos inflamatória, porém um alimento isolado não tem a capacidade de promover esse dano tão intenso no organismo”, complementa.

Estudos relacionados ao leite

Adriane ressalta que existem estudos amplos sobre o leite, a nível global. “Temos as metanálises e também os estudos chamados de ‘guarda-chuva’, que analisam essas metanálises mundialmente com relação ao leite. Então sabemos que as populações de asiáticos e orientais têm menos lactase, consequentemente possuem uma capacidade menor de digerir esse açúcar do leite”, afirma. “Isso não reflete, por exemplo, a descendentes de europeus que consomem esse leite há muito mais tempo e têm uma melhor adaptação fisiológica para isso. É importante lembrar que nós também somos resultado das modificações epigenéticas que as nossas gerações anteriores passaram”, aponta.

Ela comenta que essas interações são fruto do alimento que fomos expostos e ambiente em que vivemos. “Nós carregamos essas modificações no DNA. Esses são estudos e análises mais recentes com a evolução dos estudos científicos, que nos possibilitam a fazer esse rastreamento”, explica.

A nutricionista assegura que existem populações que por questões epigenéticas não consomem leite e que terão menor tolerância ao seu consumo. “Além disso, temos a presença das caseínas beta A1 e beta A2, e alguns indivíduos possuem sensibilidade à digestão da caseína, que se enquadra nas características alérgicas ao leite. Eles terão uma tendência maior a quadros de rinite, sinusite e inflamações gastrintestinais, após o consumo exagerado de leite”, ressalta. “São sintomas semelhantes à intolerância à lactose. Esse é um problema de fácil resolução e não necessariamente você precisa erradicar o leite A1, podendo utilizar o leite A2, por exemplo”, finaliza.

Serviço

A nutricionista Adriane Colaça atende na Clínica Zênite, na rua Professor Ivon Zardo, 251, Jardim América. O telefone para contato é: (42) 98866-4306. Instagram: @adricolacanutri.

Confira a entrevista completa: