Segunda-feira, 30 de Junho de 2025

TJPR decide reabrir Caso Evandro após novos áudios

Caso deve passar por novo julgamento a partir de 14 de setembro
2023-08-27 às 14:56

Por três votos a dois, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) decidiu, na quinta (24) reabrir o Caso Evandro. A defesa dos réus Davi dos Santos Soares e Osvaldo Marcineiro pediu a revisão criminal, com base em áudios que apontavam eventual tortura cometida por autoridades policiais para coletar os depoimentos que os incriminaram.

Os primeiros áudios continham confissões do crime e serviram de base para que eles fossem condenados. Por anos, o jornalista Ivan Mizanzuk apurou o caso e transformou os dados coletados na investigação em podcast e série documental para o Globoplay. Ele obteve versões inéditas de fitas que mostravam a tortura.

O julgamento deve ser retomado a partir de 14 de setembro.

Perdão

No início do ano passado, o Governo do Estado do Paraná pediu, formalmente, o perdão de Beatriz Abagge, através de carta assinada pelo então secretário estadual de Justiça, Trabalho e Família, Ney Leprevost. “Expresso meu veemente repúdio ao uso da máquina estatal para prática de qualquer tipo violência, e neste caso em especial contra o ser humano para obtenção de confissões, e diante disto é que peço, em nome do Estado do Paraná, perdão pelas sevícias indesculpáveis cometidas no passado contra a senhora”, escreveu o ex-secretário.

No entanto, em março deste ano, a 2ª Câmara Criminal do TJPR negou o pedido de revisão criminal de Beatriz Cordeiro Abagge. Seus advogados devem solicitar que ela seja incluída no novo pedido de revisão criminal.

Caso Evandro

O desaparecimento de crianças, em especial meninos a partir dos seis anos, assombrava pais e mães no Paraná no início dos anos 1990. Em 6 de abril de 1992, em Guaratuba, foi a vez do menino Evandro Ramos Caetano, também de seis anos.

Alguns dias depois, seu cadáver foi localizado sem as mãos, cabelos e vísceras, o que gerou suspeitas de que ele teria sido sacrificado em ritual satânico. Três meses depois, sete pessoas, incluindo a filha e a mulher do então prefeito de Guaratuba, foram presas e confessaram o crime, que acabou conhecido como “As bruxas de Guaratuba”. As especulações sobre o crime preencheram muitas páginas de jornais impressos e ocuparam horas e horas do jornalismo televisivo estadual.

Com informações do portal Bem Paraná