Chafurdemos na linguagem
Boa notícia é podermos saborear a Língua Portuguesa em todas as suas nuances, em sua nudez e em sua multifacetada demonstração empírica de transformação constante e evolução perene.
E isso está ao alcance de nossos olhos no dia a dia. Gírias, neologismos, extravagâncias do “internetês” são alguns exemplos de como a Língua muda e, com ela, a linguagem, com sua prosódia e grafia.
Então, proponho a que saibamos um pouco mais dessa mistura generosa e saudável da Língua Portuguesa por meio das gírias riquíssimas dos Reeducandos e Socioeducandos de nossa cidade princesina, às vésperas de seu bicentenário.
Vamos lá! Já pensaram, os senhores leitores, em cair em cima de uma Jega? Pois não se espantem porque Jega, nada mais é, do que uma simples cama!
Ah! Mas e se faltar um Latrô enquanto dormimos? Aí a coisa fica feia! Entretanto o nome aparentemente de difícil compreensão é, na verdade, usado para cobertor.
E não para por aqui! Que tal experimentar uma Moca bem forte ao fim de uma tarde fagueira? Confesso aos senhores leitores minha predileção por uma Moca em que eu esteja entre amigos. Opa! Não nos esqueçamos de explicar. Moca significa café. Simples assim! Concordam?
Neste momento, na expectativa de novos vocábulos, lembro de um termo deveras diferentão, qual seja, Ramera. Usamos nós, senhores leitores, Ramera costumeiramente, sem nenhum problema quanto à sua aceitação. Pois bem, Ramera significa camiseta. Fácil, não é mesmo?!
Admiremos nosso idioma como um instrumento valioso de construção social, humano e artístico-cultural.
Para tanto, encerro esta crônica com as sábias palavras de Gigueira S. Gigueira:
“Todos os dias somos expostos ao amor! Mas as nossas imensas gírias desleais nos prendem na solidão”!