A educadora parental, Patrícia Dijkstra, abordou limites saudáveis, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta terça-feira (5).
Geração atual e dificuldades
Patrícia destaca que a geração atual está sendo acostumada a ouvir ‘sim’ para tudo. “Nós estamos em uma geração em que os pais têm medo de não ser amados pelos seus filhos. Então para que isso não aconteça, estão se tornando permissivos e acabam dizendo ‘sim’ para tudo”, aponta. “Não sei de onde surgiu essa questão de que os pais precisam dizer ‘sim’ para os seus filhos para que eles sejam amados. Isso não é uma verdade, porém é uma situação que vem acontecendo”, acrescenta.
Ela aborda que a maneira como se diz ‘não’ é muito mais relevante para o respeito mútuo do que a palavra em si. “O que muda é a forma como se diz ‘não’, porque em alguns casos acontece de o pai dizer esse ‘não’ com agressividade, sendo muito autoritário. A partir disso pode se evoluir para agressão verbal, castigo e afins, e existe uma diferença grande entre ser autoridade e ser autoritário”, pondera.
Limites saudáveis
Esses limites saudáveis são utilizados para ajudar a pessoa a se concentrar e priorizar o que realmente é importante para ela. Em alguns momentos, é importante também saber ouvir e dizer ‘não’, segundo a especialista.
“Os pais devem ser autoridade, e isso está diretamente relacionado a cumprir com aquilo que fala. Um exemplo é eu liberar o sorvete antes do almoço hoje para a criança, porém amanhã também faço isso e vou perdendo a minha autoridade”, explica. “Quando você abre uma exceção não existe problema, mas começa a virar um problema a partir do momento em que isso passa a ser uma regra”, complementa.
A maneira como se diz ‘não’ e se negociam esses limites varia de uma família para outra, segundo Patrícia. “São necessárias adaptações para que aquilo que funciona em uma família funcione na outra. Mas você tendo um norte e sabendo o que quer para o futuro dos seus filhos, por exemplo, e seguindo aquela direção não tem erro”, assegura.
Alguns exemplos acontecem quando uma criança quebra a hierarquia familiar e escolhe quando a família sairá para alguma atividade. “Quem deve comandar a casa são os pais e se abdicarem de fazer algo, porque a criança não quer, estará acontecendo uma quebra de hierarquia”, finaliza.
Serviço
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