A médica cirurgiã vascular, Dra. Nubia da Silva do Nascimento, abordou diabetes e varizes, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta quinta-feira (21).

Mais de 282 mil cirurgias de amputação de membros inferiores (pernas ou pés) foram realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) de janeiro de 2012 a maio de 2023. Apenas no ano passado, os registros alcançaram a marca de 31.190 procedimentos realizados, o que significa que, a cada dia, pelo menos 85 brasileiros tiveram pés ou pernas amputados na rede pública.

Cuidados com a diabetes

“É muito comum ouvir pacientes diabéticos normalizarem que o açúcar no sangue está alto devido à doença, mas isso não é normal. Eu falo para os pacientes que quem tem diabetes e vai realizar um exame, deve estar com a glicemia normal”, afirma a Dra. Nubia. “A diferença é que esse paciente deve se dedicar muito mais aos cuidados com a alimentação, tomar a medicação e realizar exercícios físicos”, acrescenta.

A especialista comenta que a amputação mais comum que existe é a do hálux, mais conhecido como ‘dedão do pé’. “O que acontece é que a pessoa com diabetes machuca esse dedo com uma pedrinha que entrou no sapato ou até mesmo ‘fazendo a unha’, e daquela ferida evolui para um quadro de amputação”, alerta. “Isso acontece devido ao diabético, que não está controlando o açúcar e a glicemia está muito alta, possuir uma microcirculação que não consegue levar oxigênio adequadamente e tampouco nutrientes e células de defesa do organismo para combater aquela infecção”, pondera.

Ela explica que a lesão começa pequena e pode se espalhar, em alguns casos, e que essa situação pode ser evitada. “Essa lesão pode ocasionar uma amputação, porque ela pode começar pequena e ir se espalhando no membro. Para evitar essa situação, o paciente deve controlar o seu diabetes”, assegura. “Eu tenho muitos pacientes com diabetes que se machucam, porém estão com o açúcar controlado. E é importante ressaltar que cada ferida tem uma causa e a forma de reagir de cada paciente é diferente”, complementa.

Varizes

As varizes são veias dilatadas e tortuosas que se desenvolvem embaixo da pele. Elas podem variar de pequeno, médio ou grande calibre. “Uma premissa importantíssima para falar sobre varizes é que o fator preponderante é o genético, e 70% dos pacientes com varizes são mulheres”, destaca.

A Dra. Nubia afirma que o exercício físico é bom para melhorar a saúde de modo geral, e que ele também auxilia a pessoa a não ter varizes. “A panturrilha é o coração da perna, então quanto mais saudável e tonificado estiver esse músculo o sangue circulará melhor”, pontua. 

Ela comenta sobre as diferenças entre as pessoas que praticam exercícios ativamente e as que não praticam. “Um exemplo é que quando estamos em pé ou sentados a gravidade empurra o sangue para baixo, e ao longo do dia esse sangue vai acumulando de modo que ao final do dia, principalmente quem tem varizes, a perna está inchada e doendo”, explica a especialista. “Se você tiver uma prática constante de exercício físico, a sua panturrilha contrairá com maior eficiência e fará o sangue circular melhor”, finaliza.

Serviço

A Dra. Nubia da Silva do Nascimento atende na Rua Padre Ildfonso, 475 Terceiro Andar – Salas 35 e 36 – Centro. O telefone para contato é: (42) 9 9147-5028.

Confira a entrevista completa: