Terça-feira, 20 de Maio de 2025

“Começa o acerto de contas do ex-juiz parcial com a justiça”, afirma Gleisi Hoffmann após CNJ anunciar investigação contra Sergio Moro

2023-09-22 às 16:42

Foi determinada a instauração de uma reclamação disciplinar contra o ex-juiz e senador Sergio Moro e a juíza federal Gabriela Hardt pelo Corregedor Nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão. Ambos eram titulares da Operação Lava Jato. O objetivo da investigação será apurar indícios de violações praticadas pela força-tarefa, como transgressões ao dever da transparência, prudência e imparcialidade. Caso venha a ser punido, Moro pode se tornar ficha suja e inelegível.

Para a deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, a ação é o “acerto de contas do ex-juiz parcial com a justiça”.

Entre as possíveis violações estão a destinação de R$ 2,1 bilhões à Petrobras sem objetivo específico. O repasse teria sido promovido entre 2015 e 2019, de acordo com a decisão de Salomão. “[…] na cidade de Curitiba, Paraná, o então juiz federal Sergio Fernando Moro e a juíza federal substituta Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, em atendimento aos interesses do então procurador da república Deltan Dalagnol, de procuradores da república da denominada força-tarefa da Lava Jato e de representantes da Petrobras, violaram reiteradamente os deveres de transparência, de prudência, de imparcialidade e de diligência do cargo ao promoveram o repasse de R$ 2.132.709.160,96” à estatal, “atribuindo a essa companhia a posição de vítima, conscientes de que a Petrobras estava sob investigação por autoridades americanas desde novembro de 2014, por conduta ilícita da empresa nos Estados Unidos da América”, aponta o corregedor.

Ainda em sua decisão, Salomão aponta que a Lava Jato escolheu a empresa como “vítima para todos os fins”. O magistrado ainda pondera sobre a possibilidade do ex-juiz ter tentado burlar a leia ao pedir exoneração em meio aos processos. “Os atos censuráveis sugerem, ademais, efetiva preparação ao ingresso na vida política, mediante a prática de condutas infracionais como meio de autopromoção, em confronto evidente aos deveres da magistratura e à imagem do Poder Judiciário”, pontua Salomão.

com informações da Folha de São Paulo