Com exclusividade ao programa Ponto de Vista, apresentado por João Barbiero na Rede T de rádios do Paraná, na manhã deste sábado (23), entrevistou o secretário de Estado de Indústria, Comércio e Serviços, o deputado federal licenciado Ricardo Barros (PP-PR) comenta o embate quanto à posição do Partido Progressista no Congresso Nacional. No domingo (17), o presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP-AL), confirmou à Folha de S. Paulo que a sigla oficialmente integra a base do governo Lula na casa legislativa.
A afirmação evidencia que há uma cisão entre as alas da Câmara e do Senado, uma vez que o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente da Executiva Nacional do partido, nega que o Progressistas, que aprovou “cláusulas pétreas” para nortear votações, seja base do governo. Ciro Nogueira, que foi o quarto e último nome a ocupar a pasta da Casa Civil no mandato de Jair Bolsonaro (2019-2023), foi responsável por conduzir o processo de transição do governo no fim do ano passado.
“Pessoalmente, tenho um relacionamento muito bom com todos. Sempre fui líder de governo, de todos os governos, então, o diálogo é a característica da minha atuação parlamentar”, destaca o deputado federal licenciado Ricardo Barros (PP-PR), tesoureiro-geral da Executiva Nacional do Progressistas. O parlamentar, que atualmente está licenciado do cargo de deputado enquanto ocupa a pasta estadual de Indústria, Comércio e Serviços, opina que, neste momento, “em que tudo está muito polarizado, as pessoas não querem dialogar, querem ficar brigando”, diz.
Barros frisa que, dos 52 deputados da bancada do PP, 12 parlamentares do Nordeste já apoiaram Lula desde a campanha eleitoral de 2022. “Agora, já devemos ter 20 deputados nossos na base do governo. Esses 20 deputados reivindicaram espaço e conseguiram o Ministério do Esporte, que foi assumido pelo líder da bancada [o deputado federal] André Fufuca (PP-MA). Tem uma maioria de deputados nossos que estão na oposição. Inclusive, o presidente nacional do partido, [o senador] Ciro Nogueira está na oposição. Em função disso, vai ficar um pouco rachado, o que não é característica do nosso partido, que sempre foi muito unido e base do governo”, avalia.
O tesoureiro-geral do PP afirma que o Brasil é um presidencialismo de coalizão. “Bolsonaro elegeu 99 deputado e Lula, 80. Precisa ter uma coalizão para governar. O PP sempre fez parte da base do governo, na sua história e, agora, tem uma maioria que é oposição. Pode ser que essa transição aconteça até o final do governo, vai depender também do eleitor, que está muito polarizado, fiscalizando seus deputados. Vai depender de muitas coisas para saber como terminamos esse governo”, opina. Outro fator que pode ser determinante para ganho ou perda de apoio ao governo é o desempenho econômico da gestão Lula, na visão de Ricardo Barros. “Não tem fato novo, é uma repetição do que aconteceu em todos os outros governos”, conclui.
Apoio histórico ao governo
Desde sua fundação, em 1995, a sigla de centro-direita, ainda denominada como Partido Progressista Brasileiro (PPB), passando pelo período em que se denominou Partido Progressista (PP), até se tonar o Progressistas (PP), em 2017, fez parte da base governista nos mandatos de Fernando Henrique Cardoso (FHC), Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro. Virou oposição no terceiro mandato de Lula.
Ricardo Barros foi eleito sete vezes deputado federal, tendo cumprido quatro mandatos consecutivos entre 1995 e 2011 e mais três de 2015 para cá. Licenciou-se do cargo entre 2016 e 2018 para assumir o Ministério da Saúde. Quando ocupou pela primeira vez, entre 2011 e 2014, a pasta estadual da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, não ocupava cargo legislativo, pois tinha disputado o cargo de senador, para o qual não foi eleito, em 2010.
Foi vice-líder do Governo na Câmara dos Deputados entre 1999 e 2002 (segundo mandato FHC); de 30 de maio de 2007 a 2008 (segundo mandato Lula) e de 24 de fevereiro de 2015 a 22 de abril de 2016 (segundo mandato de Dilma, em meio à discussão sobre a admissibilidade do processo de impeachment). Foi líder do Governo no Congresso Nacional em 2002 e vice-líder do Governo no Congresso de 19 de agosto de 2020 a 06 de janeiro de 2023 (gestão Bolsonaro).
Ponto de Vista
Apresentado por João Barbiero, o programa Ponto de Vista vai ao ar semanalmente, aos sábados, das 7h às 8h, pela Rede T de Rádios do Paraná.
A Rádio T pode ser ouvida em todo o território nacional através do site ou nas regiões abaixo através das respectivas frequências FM: T Curitiba 104,9MHz; T Maringá 93,9MHz; T Ponta Grossa 99,9MHz; T Cascavel 93,1MHz; T Foz do Iguaçu 88,1MHz; T Guarapuava 100,9MHz; T Campo Mourão 98,5MHz; T Paranavaí 99,1MHz; T Telêmaco Borba 104,7MHz; T Irati 107,9MHz; T Jacarezinho 96,5MHz; T Imbituva 95,3MHz; T Ubiratã 88,9MHz; T Andirá 97,5MHz; T Santo Antônio do Sudoeste 91.5MHz; T Wenceslau Braz 95,7MHz; T Capanema 90,1MHz; T Faxinal 107,7MHz; T Cantagalo 88,9MHz; T Mamborê 107,5MHz; T Paranacity 88,3MHz; T Brasilândia do Sul 105,3MHz; T Ibaiti 91,1MHz; T Palotina 97,7MHz; T Dois Vizinhos 89,3MHz e também na T Londrina 97,7MHz.
Confira a entrevista na íntegra: